Sambista Dicró morre aos 66 anos; enterro será nesta quinta no RJ

Cantor morreu na noite de quarta, 25, em Magé, após sofrer infarto.

Conhecido pelo bom humor, ele sofria de diabetes e tinha insuficiência renal.

 

O sambista Dicró, conhecido por compor sambas bem-humorados, recheados de sátira e brincadeiras com as sogras, morreu na noite de quarta (25) em Magé e será enterrado nesta quinta em Mesquita, também na Baixada Fluminense.

Dicró tinha 66 anos e sofria de diabetes e de insuficiência renal. Depois de uma sessão de hemodiálise, ele passou mal em sua casa e foi levado para o hospital, onde sofreu um infarto e não resistiu. Em novembro passado, ele chegou a ser submetido a uma cirurgia para tratar uma inflamação na vesícula.

O velório começou às 10h no cemitério Parque Jardim Mesquita, em Édson Passos. O enterro está marcado para as 16h no mesmo local.

Por volta das 12h, dezenas de amigos, parentes e fãs acompanham o velório. “Era muito família, não deixava ninguém se desviar. Bobo com os filhos, amoroso com minha mãe. Vai deixar muita saudade. Ele fazia todo mundo rir, sem precisar se pintar”, disse Jorge Luiz, o caçula de três filhos de Dicró e pai de uma das duas meninas entre os três netos.

Carreira

Nascido em 14 de fevereiro de 1946, Carlos Roberto de Oliveira era conhecido por compor sambas bem-humorados, recheados de duplos sentidos, sátira e brincadeiras com as sogras, como nas músicas “A vaca da minha sogra” e “Bingo da sogra”. “Eu adoro sogra. Se eu pudesse, tinha 10, minha mulher é que não deixa”, costumava dizer.

O apelido veio da época em que era compositor de um bloco carnavalesco em Nilópolis e assinava as composições com as iniciais de seu nome “CRO”. Ao darem o crédito dos sambas, diziam: “é de CRO”, o que em pouco tempo se transformou em Dicró.

Na década de 1990, formou parceria com os sambistas Moreira da Silva (1902-2000) e Bezerra da Silva (1927-2005), encontro que resultou no álbum “Os 3 malandros in concert”, em 1995.

O sambista nasceu em Mesquita, na Baixada Fluminense, mas sempre teve um carinho muito especial pelo bairro de Ramos, no subúrbio do Rio. Segundo ele, quando era pequeno, ia a pé de Mesquita até a praia de Ramos, pois não tinha dinheiro para pagar a passagem.

Para o sambista, essa era a razão pela qual incluiu Ramos em algumas de suas músicas. Quando a praia começou a ficar suja, Dicró chegou a organizar um abraço simbólico da população no entorno da praia.

O sambista lançou 12 discos em sua carreira. Um dos últimos CDs lançados por Dicró era vendido na rua, de mão em mão. O projeto, que é chamado “CD rua” e é de autoria do cantor Aguinaldo Timóteo, dá a possibilidade de o artista vender o disco a preço popular, o que, segundo Dicró, era mais justo com os seus fãs.

Em 2010, ele fez uma série de participações especiais no Fantástico como “supercorrespondente no mundo dos bacanas”

Em março daquele ano, teve uma crise de hipertensão e foi internado. Depois de ter alta, declarou ao Canal F do Fantástico: “Não morri, não. Estou aí, duro na queda. Só estranhei uma coisa: andei de jatinho, de navio luxuoso, de limusine, de Ferrari e, de repente, quando eu me dou conta estou dentro de uma ambulância. Sabia que eu era gordo, cachaceiro e mentiroso, e diabetes eu descobri há pouco tempo. Cheguei no hospital, e os caras me internaram. Forçando uma barra: parei de beber e parei de fumar. Eu só nao consigo parar de mentir”.

 

 

Fonte: G1

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