Sherrie Silver, a coreógrafa por trás do sucesso ‘This is America’, de Childish Gambino

Incensado pela crítica, o videoclipe de “This is America”, do rapper americano Childish Gambino, já superou a marca de 300 milhões de visualizações no YouTube.

no BBC

Trata-se de uma crítica principalmente ao racismo e à violência por armas de fogo nos Estados Unidos.

Mas poucos conhecem a verdadeira responsável pela coreografia do videoclipe, que gerou debates no mundo todo: Sherrie Silver, de apenas 23 anos.

Choreographer Sherrie Silver. Net photo. The New Times

Nascida em Ruanda, país africano que atravessou décadas de guerra civil, ela diz que foi descoberta por acaso, no YouTube.

“Cresci na África; na igreja, sempre dançávamos. Não ficávamos só sentados (durante as celebrações)”, diz.

“Então, o que antes fazia por diversão acabou se tornando um trabalho, quando passei a pôr meus vídeos no YouTube. E, por meio desses vídeos, as pessoas disseram: ‘Opa, há algo de diferente sobre essa menina’. As pessoas começaram a me ligar, me ligar, me ligar. E me ofereceram vários trabalhos – foi assim que consegui todos eles, honestamente”, acrescenta.

Segundo Sherrie, a sobrinha do empresário de Childish Gambino, Fam, tinha visto vídeos dela no YouTube.

“Ela falou: ‘Olha para essa menina’. E ele (Fam) mostrou meu vídeo a Donald Glover (o verdadeiro nome de Childish Gambino)”, conta.

“Então, Donald falou: ‘Sim, vamos contratá-la’. Foi muito louco, na verdade”, acrescenta.

Sherrie diz ter ficado surpresa com a repercussão do vídeo.

“No primeiro dia, o vídeo teve 20 milhões de visualizações. Em uma semana, já tinha 100 milhões”, lembra.

O clipe é repleto de referências a episódios de racismo e violência por armas de fogo na história dos Estados Unidos. Nas imagens, Gambino dança dentro de um armazém, interagindo com uma série de cenas caóticas.

Aos 53 segundos, por exemplo, o cantor dispara na nuca de um homem com um revólver, enquanto imita a pose cômica semelhante à de Jim Crow (uma caricatura criada pelo escritor Thomas D. Rice no século 19 para zombar dos negros).

“Levo a África para o mundo, e o mundo para a África, por meio da dança”, diz Sherrie.

“Isso é importante para mim, pois tenho orgulho de ser africana; tenho orgulho do meu país, Ruanda”, completa.

Sherrie também quer romper estereótipos.

“Acho que todo o mundo precisa saber quem somos. Não somos apenas pobreza, doença e tristeza que você vê na mídia. Também somos felicidade, dança, moda e paixão. E boa comida. Com vários sabores, na verdade”, conclui.

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