STJ aceita ação contra desembargadora que atacou Marielle e Wyllys

Enviado por / FonteDo Carta Capital

O Superior Tribunal de Justiça aceitou uma queixa-crime apresentada pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) contra a desembargadora Marília Castro Neves, 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que pediu um “paredão de fuzilamento” em suas redes sociais contra o parlamentar.

Em despacho, a ministra Nancy Andrighi reconhece a queixa-crime contra a desembargadora pela prática do crime de injúria majorada. A magistrada determinou um prazo de 15 dias para Neves se manifestar sobre o caso. A intimação já foi disponibilizada ao Ministério Público Federal.  O advogado responsável pelo caso é o deputado petista Wadih Damous.

Em suas redes sociais, a desembargadora espalhou notícias falsas sobre a vereadora do PSOL Marielle Franco, assassinada em 14 de março, ao afirmar que ela estaria “engajada com bandidos”. Neves afirmou ainda que a parlamentar foi “eleita pelo Comando Vermelho”.

Em seguida, ao comentar uma outra publicação no Facebook, ela defendeu um “paredão profilático” para Wyllys. Ela disse que o parlamentar não valeria “a bala que o mate e o pano que limpe a lambança”, e ainda fez uma piada homofóbica em seguida. Após outro usuário afirmar que “quanto ao paredão, de costas, ele adoraria”, Neves afirmou: “Tenho dúvidas… o projétil é fininho”.

Histórico de agressões

Não é de hoje que a desembargadora utiliza as redes sociais para divulgar sua ignorância. Certa vez, ela tripudiou de uma professora portadora de síndrome de down. “O que será que essa professora ensina a quem??? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto”.

Ela também costuma fazer pouco caso de questões como assédio sexual e direitos das minorias. Em 2015, ele criticou mobilizações relacionadas às pautas. “Assédio sexual é o quê? Paquera no trabalho???? Francamente!!!! Será que não temos nada mais importante pelo que lutarmos???? Uma pia de louça para lavarmos???”, escreveu. Na mesma publicação, questionou o que seriam as chamadas “minorias” e defendeu que as mulheres são “numericamente superiores aos homens”.

A desembargadora já afirmou também que o líder negro Zumbi dos Palmares é um “mito inventado”, que serviria para “estimular um racismo que o Brasil até então não conhecia”. 

Em outra oportunidade, já questionou em suas redes sociais o conceito de social-democracia. Ela disse que “custa a crer que seres letrados sequer considerem a existência disso”. Segundo ela, ou é social ou é democracia porque “socialistas veneram a ditadura”.

+ sobre o tema

Mulheres do Brasil divulga nota de repúdio contra feminicídios no DF

O grupo Mulheres do Brasil, liderado pela empresária Luiza Helena...

Aeromoças da Qatar Airways são proibidas de se casar e engravidar; companhia nega

A Qatar Airways, uma das maiores companhias aéreas do mundo,...

Assine a petição agora e divulgue: Pare o Estupro Corretivo

O "estupro corretivo", uma prática horrenda de estuprar lésbicas...

Grafites de Marielle e Maria da Penha são alvos de ataques de vândalos no Rio

Dois grafites da vereadora Marielle Franco (PSOL) e um...

para lembrar

Baseado em fatos reais

O Nós, mulheres da periferia nasceu da união de nove mulheres...

Mulheres em tempos de pandemia: os agravantes de desigualdades, os catalisadores de mudanças

A chegada do coronavírus tem trazido uma transformação completa...

Eleição para Conselho Municipal de Políticas para Mulheres. Veja como se candidatar

MULHERES VAMOS NOS MOBILIZAR E PARTICIPAR !  CANDIDATE-SE  INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ...

Mudou o padrão do tratamento da violência contra as mulheres, afirma Nilcéa Freire

Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da...
spot_imgspot_img

Sueli Carneiro analisa as raízes do racismo estrutural em aula aberta na FEA-USP

Na tarde da última quarta-feira (18), a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) foi palco de uma...

O combate ao racismo e o papel das mulheres negras

No dia 21 de março de 1960, cerca de 20 mil pessoas negras se encontraram no bairro de Sharpeville, em Joanesburgo, África do Sul,...

Ativistas do mundo participam do Lançamento do Comitê Global da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver

As mulheres negras do Brasil estão se organizando e fortalecendo alianças internacionais para a realização da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem...
-+=