UFSM aprova novo código de conduta após casos de estupro e racismo

Após ser adiada outras vezes, votação ocorreu nesta manhã com reforço da segurança no prédio da reitoria. DCE considerou ‘arbitrária’ a forma como o documento foi construído e se absteve do voto.

Do G1 

A reunião do conselho aconteceu depois de a segurança ter sido reforçada na reitoria (Foto: Maurício Rebellato/RBS TV)

Com reforço na segurança do prédio da reitoria, o novo código de conduta da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi aprovado pelos integrantes do Conselho Universitário (Consu). A medida ganhou prioridade depois que práticas de racismo, furtos e estupro foram registradas dentro dos campi da instituição.

Somente o Diretório Central dos Estudantes (DCE) se absteve do voto, alegando que “o processo foi construído de forma arbitrária”. A votação já havia sido adiada outras vezes porque alguns estudantes são contrários à maneira como o documento foi estruturado. Segundo o reitor, Paulo Afonso Burmann, os alunos foram ouvidos e a criação do código estava previsto no regimento geral da universidade desde 2011.

UFSM teve registros de casos de estupro, racismo e furtos (Foto: Felipe Truda/G1)

O código de conduta apresenta medidas e punições contra alunos infratores, como advertências, repreensão por escrito e suspensão das aulas por um prazo que pode variar de três a 90 dias, podendo chegar até mesmo ao desligamento da instituição.

O documento aprovado divide os tipos de infração em leve (com aplicação de advertência), média (com advertência ou repreensão), grave (com suspensão máxima de 45 dias) e gravíssima (cabível de suspensão ou o desligamento da instituição).

Praticar estupro ou atentando violento ao pudor e manifestar expressões de cunho racista ou injúria racial estão entre as gravíssimas.

+ sobre o tema

É impossível ser feliz sozinha

Em tempos de relações líquidas, estava aqui pensando sobre...

Luísa Sonza fecha acordo por fim de processo por racismo contra advogada

A cantora Luísa Sonza fechou um acordo com a...

Camilo Cristófaro é cassado por falas racistas e perde mandato de vereador em SP

Após 503 dias, a Câmara Municipal de São Paulo...

Ato cobra mulher negra no STF, e OAB-SP assina carta para pressionar Lula

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São...

para lembrar

Empresa é condenada por prática racista que perdurou por oito anos

Fonte: TST - Tribunal Superior do Trabalho Um empregado...

Educação no Brasil melhora, mas desigualdade é barreira

Quase 700 mil crianças ainda estão fora da escola Fonte:...

Homens, saiamos do armário

Depois de tantos encontros significativos nesta Semana da Mulher,...

Tráfico de drogas é principal causa de encarceramento de mulheres na América Latina

Apesar de mulheres não chegarem a 10% da população...
spot_imgspot_img

Unilab, universidade pública mais preta do Brasil, pede ajuda e atenção

A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) surgiu com a proposta de fazer a integração de alunos de países africanos de língua...

Cotas, sozinhas, não acabam com a desigualdade

Há uma demanda crescente para que as universidades de alto prestígio (ou de elite) aumentem a diversidade étnico-racial e socioeconômica de seus alunos. Nessa...

Primeira médica de quilombo baiano criou cursinho pré-vestibular

"Eu era um ponto preto em uma folha branca", ouvia Marina Barbosa, 32, de um professor durante a graduação em medicina. Hoje formada pela UFBA...
-+=