Urge sensibilizar candidaturas ao Executivo para o SUS – Por: Fátima Oliveira

Nas campanhas eleitorais, causa indignação o tanto que os candidatos a cargos executivos (prefeitos, governadores e presidente da República) e seus marqueteiros não sabem o que é o Sistema Único de Saúde (SUS) e o desconhecem como a política nacional de saúde garantida na Constituição Federal de 1988 – uma política de Estado!

Por: Fátima Oliveira

 

Se soubessem, teriam apenas um compromisso: universalizar o SUS! Nem mais, nem menos! Como desconhecem, se danam a prometer “coisas” no varejo, como se não houvesse uma diretiva nacional a seguir: o SUS, a política de saúde mais ampla e completa de um país no mundo!

Um caso exemplar é o do Maranhão. A eterna governadora Roseana Sarney e o seu vice do PT, vulgo Luiz Macaxeira, dizendo ser o maior “programa” de saúde da história do Maranhão, inventaram o Saúde é Vida (olha a tolice: trocar política de Estado por programa!), cujo carro-chefe seria a construção de 72 hospitais, com abertura de 1.944 leitos. Nem metade dos prometidos existe! E os inaugurados, com problemas de diferentes ordens, como disse Martins Costa Neto (PRB), prefeito de São Félix de Balsas: “Eles construíram um hospital de grande porte para um município de pequeno porte. Além disso, sempre atrasam o repasse dos recursos, repasse que já não é suficiente para manter aquele elefante branco” (“Mais um prefeito desmascara farsa do Saúde é Vida”, 12.9.2013).

Ai, meus sais! Uma canseira a tosquice dessa gente que se dana a prometer UPAs a granel, ambulâncias e UTIs-cegonha e hospitais a granel, despudoradamente, como se não houvesse uma política nacional de saúde à espera de implantação/implementação e sem considerar que é a partir dos princípios do SUS que resolveremos, paulatinamente, os entraves à atenção à saúde de modo digno.

É emergencial uma alfabetização em SUS! Carmen Teixeira, em “Os princípios do Sistema Único de Saúde”, escreveu: “O SUS pode ser entendido, em primeiro lugar, como uma ‘Política de Estado’, materialização de uma decisão adotada pelo Congresso Nacional, em 1988, na chamada Constituição cidadã: ‘Saúde, direito de todos, dever do Estado'”.

E continua: “O SUS assume e consagra os princípios da universalidade, equidade e integralidade da atenção à saúde da população brasileira, o que implica concebê-lo como ‘imagem-objetivo’ de um processo de reforma do sistema de saúde ‘herdado’ do período anterior, um ‘sistema de saúde’ capaz de garantir o acesso universal da população a bens e serviços que garantam sua saúde e bem-estar, de forma equitativa e integral… Aos princípios ‘finalísticos’, que dizem respeito à natureza do sistema que se pretende conformar, agregam-se os ‘princípios estratégicos’: as diretrizes políticas, organizativas e operacionais que apontam ‘como’ deve vir a ser construído o ‘sistema’ que se quer conformar, institucionalizar. Tais princípios são a descentralização, a regionalização, a hierarquização e a participação social. A universalidade, portanto, é um princípio finalístico, ou seja, é um ideal a ser alcançado… Para que o SUS venha a ser universal, é preciso se desencadear um processo de universalização”.

Compromisso com o SUS é a promessa de universalizar suas ações. O resto é firula! É desconfiar de candidaturas que prometem “coisas” a granel, demonstrando a mais completa e absoluta ignorância das questões de saúde da cidade, do Estado e do país que querem governar.

Quem não sabe do que o povo de fato precisa não merece ser eleito!

Fonte: O Tempo

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