Vídeo. Fado Bicha, o Livre e a candidata afrodescendente

Música conta a história da primeira mulher negra a encabeçar uma lista à Assembleia da República.

Do Diário de Notícia 

Joacine Katar Moreira- mulher negra, de cabelo curto, vestindo camiseta branca e batom vermelho- em pé olhando para a direita
Joacine Katar Moreira tem 37 anos e nasceu na Guiné-Bissau.© Orlando Almeida / Global Imagens

O Partido Livre, liderado por Rui Tavares, lançou um vídeo de campanha com a música “O-sem-precedente” que é uma alusão ao facto de pela primeira vez uma mulher afrodescendente encabeçar uma lista à Assembleia da República.

Joacine Katar Moreira, de 37 anos, é cabeça de lista do Livre pelo círculo eleitoral de Lisboa.

A música é da autoria da dupla Fado Bicha (Lila Fadista e João Caçador), da rapper Telma Tvon, Xinobi e Teo. O vídeo – no qual Rui Tavares e a Joacine aparecem diversas vezes a cantar e a dançar – acaba por ser um momento musical divertido.

Desde logo, começa com um trocadilho com o nome da candidata, algumas vezes confundido com Juriceme ou Jupilene. A música conta depois um pouco da vida de Joacine, que quer “dar um pontapé no estaminé”.

Fala também da “gaguez eloquente” de Joacine. Fica-se ainda a saber que candidata é mãe de uma menina, que começou a trabalhar aos 16 anos e, quando andava na faculdade, esteve empregada em hotéis, a fazer camas.

Joacine Katar Moreira, que nasceu na Guiné-Bissau, proveniente de uma família com dificuldades económicas, mora desde os oito anos em Portugal, quando veio estudar no colégio interno, Dominicanas da Anunciata, “que era uma espécie de IPSS para onde iam as meninas que eram retiradas às famílias pela Segurança Social”, conforme contou em entrevista ao DN.

Na mesma entrevista, publicada a 11 de agosto, conta que no verão chegou a ir com a madrasta para o Ribatejo trabalhar na apanha de tomate e de uvas. E também trabalhou em supermercados a fazer publicidade.

Joacine é fundadora do INMUNE – Instituto da Mulher Negra em Portugal e já foi candidata pelo Livre em 2015. Integra ainda a direção e o Grupo de Contacto do partido. É licenciada em História Moderna e Contemporânea, com um mestrado em Estudos do Desenvolvimento e doutorada em Estudos Africanos

Outros afrodescendentes já protagonizaram candidaturas e cargos públicos – como é o caso do deputado do CDS Helder Amaral e da atual ministra da justiça Francisca Van Dunem – é a primeira vez que uma mulher negra é cabeça de lista à Assembleia da República.

+ sobre o tema

Acordo busca fortalecer combate à violência doméstica

Representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e dos...

Especialistas apostam na prevenção para combater a violência contra a mulher

Coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher do Rio...

Capa de NOVA ESCOLA sobre gênero tem repercussão recorde

Imagem do menino Romeo com roupa de princesa, que...

Henrietta Lacks a mulher que mudou a ciência para sempre (e nunca ficou sabendo)

Henrietta Lacks teve uma vida curta e dura. No...

para lembrar

Machismo, a opressão primeira

Foi base para propriedade privada e capitalismo. Deu forma...

Que limites o conservadorismo quer impor à vida das mulheres?

Segundo o Mapa da Violência 2015, a cada 4...

“Se você acha o sistema justo, vai odiar as cotas”, diz Patricia Collins

A estudiosa analisa em entrevista ao Correio a vulnerabilidade...

HPV: meninas de 11 a 13 anos devem receber segunda dose da vacina

Meninas de 11 a 13 anos que já receberam...
spot_imgspot_img

Mulheres Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Intersexo, lançam Comitê Impulsor Nacional para a Marcha Nacional de Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver

Durante a abertura da 12ª edição do SENALESBI – Seminário Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais, que acontece de 16 a 18 de maio em...

No DR com Demori, Cida Bento debate a desigualdade racial no Brasil

O programa DR com Demori, da TV Brasil, recebe nesta terça-feira (13) a psicóloga e escritora Cida Bento, que já figurou entre as 50...

Esperança Garcia: quem foi a escravizada considerada a 1ª advogada do Brasil

Acredita-se que Esperança Garcia, uma escravizada que vivia em fazenda localizada a 300 quilômetros de onde hoje é Teresina, no Piauí, tivesse apenas 19 anos quando escreveu...
-+=
Geledés Instituto da Mulher Negra
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.