Ante indiferença de pedestres, nigeriano é agredido até a morte em rua da Itália

Enviado por / FonteG1, por RFI

Agressor, um italiano de 32 anos, socou e sufocou Alika Ogorchukwu, de 39 anos, por cerca de quatro minutos, enquanto pessoas caminhavam e filmavam em rua de Civitanova Marche, na costa nordeste do país.

Um crime contra um vendedor ambulante nigeriano na Itália chocou o país e o mundo. No sábado, Alika Ogorchukwu, de 39 anos, foi morto por um italiano incomodado por pedidos de esmola de Ogorchukwu.

O caso aconteceu no sábado (30) no meio de uma rua de Civitanova Marche, na costa nordeste da Itália, e também chamou a atenção, além do racismo, pela indiferença dos pedestres, que assistiram ao ataque, de cerca de quatro minutos, sem intervir.

Além do racismo, organizações de migrantes denunciaram que muitas pessoas ainda gravaram o episódio, em vez de tentar interromper a agressão.

Homens protestam em rua onde vendedor nigeriano foi morto após ser agredido por italiano, em 13 de julho de 2022. — Foto: Chiara Gabrielli/ Associated Press

O autor do ataque é o italiano Filippo Claudio Giuseppe Ferlazzo, de 32 anos. Ele foi detido e, nesta segunda-feira (1º), a polícia italiana decidirá se ele seguirá preso enquanto responde pelo processo. Também nesta segunda-feira, investigadores farão uma autópsia no corpo para determinar a causa exata da morte. Há suspeita de sufocamento e traumatismo.

Segundo a polícia, Ferlazzo avançou em Ogorchukwu, que vendia lenços de papel e isqueiros, após ser mostrar irritado por pedidos constantes de esmola por parte do nigeriano. O agressor estava acompanhado da mulher. Seu advogado alegou que ele se irritou após Ogorchukwu fazer comentários sobre sua esposa.

Mulher coloca flores em local em rua de Civitanova Marché, na Itália, onde o vendedor nigeriano Alika Ogorchukwu foi agredido até a morte, em 31 de julho de 2022. — Foto: Associated Press

“O fato trágico é havia muitas pessoas ao redor. Eles filmaram, falaram ‘pare’ mas ninguém se moveu para deter a briga”, denunciou o presidente da associação de migrantes local, Daniel Amenaza.

Os jornais do país também criticaram, além do crime, a indiferença dos pedestres. “Um horror da quatro minutos”, escreveu o “Corriere della Sera”. Pela internet imagens mostram a agressão e a passividade dos pedestres, que continuam caminhando na rua.

Casado e com dois filhos, Ogorchukwu vendia pequenos itens nas ruas da cidade após perder um trabalho formal por conta de sequelas de um acidente de carro, segundo Amenaza.

+ sobre o tema

Por que mandaram matar Marielle Franco? Essa agora, é a pergunta que não se cala…

Seis anos depois e finalmente o assassinato de Marielle...

Mulheres sambistas lançam livro-disco infantil com protagonista negra

Uma menina de 4 anos, chamada de Flor de...

Poesia: Ela gritou Mu-lamb-boooo!

Eita pombagira que riscaseu ponto no chãoJoga o corpo...

para lembrar

Guerreiro Ramos, pioneiro nos estudos do racismo no Brasil

Não foram poucas as controvérsias protagonizadas, em vida, pelo...

Na Feira do Livro, Sueli Carneiro escancara racismo que ainda divide o Brasil

"Eu vivo num país racialmente apartado", afirma a filósofa Sueli...

“Mesmo com vice negra, somos oprimidas”, diz escritora colombiana

A escritora e jornalista colombiana Edna Liliana Valencia, de...

Em Moçambique, Anielle Franco assina acordo de combate ao racismo

Com agenda intensa em na África do Sul, a...
spot_imgspot_img

Com a mão erguida e o punho cerrado eu grito: fogo nos eurocêntricos cientistas-cientificistas

A verdade é que esse mundo é uma Ameaça. Uma Ameaça a certas gentes. Uma Ameaça a certas não-gentes. Uma Ameaça a redes, a...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas, como imaginado. A estudante do 3º ano do ensino médio Franciele de Souza Meira, de...

Colégio afasta professor de história investigado por apologia ao nazismo, racismo e xenofobia

Um professor de história da rede estadual do Paraná foi afastado das funções nesta quinta-feira (18) durante uma investigação que apura apologia ao nazismo, racismo...
-+=