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A cerimônia de abertura da III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial começou com a quebra do cerimonial protagonizada por yalorixás. Cantos a Ogun e à Oyá saudaram a chegada da presidenta Dilma Rousseff e da ministra da Seppir, Luiza Bairros.
Kika Gbessem, conselheira da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR/SP), considerou que a presidenta Dilma estava “à vontade” para falar com a população negra. “Ao falar sobre o desenvolvimento, usando balizas como a igualdade e o equilíbrio, a presidenta ressaltou que equipar as diferenças é algo urgente”, disse.
Na ótica de promover a diminuição das desigualdades, Kika espera que a partir de agora as pautas das mulheres negras sejam tratadas como prioridades dentro de todas as políticas públicas.
Para Jurema Batista, subsecretária de Inclusão Produtiva da Secretaria do Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro as falas da presidenta e da ministra evidenciam possíveis avanços no futuro. “Dilma não ignorou o fato da pauta da promoção da igualdade racial estar consolidada na nossa sociedade, mesmo que haja divergências, não se pensa em deixar de promover esta política”, considerou ao citar o anúncio do projeto de lei encaminhado ao Congresso que prevê reserva de 20% das vagas nos concursos públicos para negros.
Já Silvana Veríssimo, delegada pelos povos de matriz africana pela cidade de Piracicaba/SP, membro fundadora do Nzinga, participante do Fórum Nacional de Mulheres, demostrou incômodo com promessas feitas nos processos de conferência que não se concretizam. “Na minha avaliação, muitas das políticas públicas de promoção da igualdade estão no faz de conta”, disparou.
Silvana acredita o caráter de “urgência” dado ao Projeto de Lei anunciado por Dilma – que estabelece 45 dias para votação no Senado – ocorreu exclusivamente pela pressão dos movimentos sociais. “Não imaginava a assinatura desse projeto de lei, espero que ele saia do papel”, finalizou.
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