A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro confirmou nesta quinta que o corpo exumado em 17 de agosto no Cemitério de Nova Iguaçu é mesmo do menino Juan Moraes Neves. A conclusão ocorreu por meio de novos exames de tipagem genética por DNA, cadavérico e antropológico.
O pedido do teste havia sido feito pelo defensor Antonio Carlos Oliveira, que representa o policial Edilberto Barros do Nascimento, preso pela morte do garoto, para esclarecer dúvidas. O garoto desapareceu em 20 de junho após troca de tiros entre policiais e traficantes na favela Danon, Baixada Fluminense. Após buscas no local onde a criança foi vista pela última vez, os peritos encontraram uma ossada que primeiro foi dita ser de uma menina. Alguns dias depois, foi identificada como sendo de Juan.
Segundo a instituição, não há necessidade de permanência do cadáver no Instituto Médico Legal (IML) e um novo sepultamento pode ser providenciado.
No dia da ocorrência policia, além de Juan, seu irmão Wesley, 14 anos, e Vanderson dos Santos de Assis, 19 anos, foram baleados. Wesley afirma ter visto o irmão ser atingido e caindo no chão. Poucos minutos depois, o menino desapareceu. Os PMs Isaías Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva são acusados pela morte.
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Fonte: Terra