Do romantismo ao afro-pop

Em seu quarto CD de estúdio, “Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias”, a cantora Vanessa da Mata aposta no romantismo e nas sonoridades africanas


Em seu recente lançamento fonográfico de estúdio, a intérprete e compositora matogrossense Vanessa da Mata continua com o mesmo timbre vocal de Maria da Graça, primeiro nome artístico de Maria da Graça Penna Burgos Costa, a Gal Costa, quando, ainda na década de 60, gravava seu primeiro compacto simples. Só que a cantora baiana evoluiu e tornou-se uma das grandes intérpretes de sua geração. No caso de Vanessa da Mata, só o tempo dirá.

Como a autora de “A força que nunca seca”, gravada por Maria Bethânia em 1999, está em seu quarto CD, ainda tem muito tempo para aprender, tanto no aspecto da composição, quanto na performance da interpretação. As letras do novo disco decepcionam e não acrescentam nada de criativo ao trabalho. Mesmo a música que “puxa” o disco e vem tocando nas rádios, “Tal casal”, poderia ter sido escrita por qualquer adolescente de Ensino Médio. Outro aspecto negativo na interpretação da cantora é a prosódia, a coordenação entre sílabas tônicas das palavras, com os tempos fortes dos compassos musicais, regra básica da música que Vanessa ignora. O exemplo mais gritante acontece na sua “Moro longe”, onde ela canta “querú pão novo/poucá conversa” para as palavras se encaixarem na melodia.

Apesar dos percalços quanto às composições, para quem esperava mais, o produtor do CD, Kassin, que também tocou baixo e sintetizador, acertou em cheio na escolha dos músicos. Assim, três violinos e cello em sintonia com sanfona, guitarras, teclados e até tabla transmitem uma atmosfera agradável. O cearense Fernando Catatau participa com sua guitarra instigada em quatro faixas. Presença especial de Gilberto Gil, que toca violão e canta com Vanessa a dolente “Quando amanhecer”, criação da dupla.

Vanessa da Mata
Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias

2010
Sony Music
12 faixas
R$ 22,90

NELSON AUGUSTO
REPÓRTER

 

 

Fonte: Diário do Nordeste

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