Estudante que depredou a Prefeitura de SP diz que pagará pelo estrago

Pierre Ramon, de 20 anos, disse ter confessado ‘seu erro’ à polícia.
Ele foi levado para o Deic e liberado na noite de quarta-feira (19).

O estudante de arquitetura que participou da depredação do prédio da Prefeitura de São Paulo, no protesto desta terça-feira (18), reconheceu que errou e disse que pagará pelo estrago. Câmeras registraram o momento em que Pierre Ramon, de 20 anos, dá pontapés e usa uma grade de proteção para quebrar os vidros das portas do edifício histórico, no Centro.

“Eu sei que eu fui errado demais. Estou disposto a arcar com todas as consequências, pagar centavo por centavo tudo o que eu fiz de dano. Vou trabalhar para tudo isso”, afirmou na noite de quarta-feira (19), ao deixar o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Zona Norte de São Paulo.

O estudante disse ainda ter confessado os seus atos à polícia e pediu a compreensão da opinião pública. “Eu fui de cara limpa, eu vim aqui, eu confessei, não mascarei nem nada. Eu peço que quem nunca errou na vida que atire a primeira pedra”, declarou.

A Justiça negou o pedido de prisão temporária feito pela polícia e Ramon foi liberado. O estudante responderá em liberdade por dano ao patrimônio público.

Na manifestação desta terça-feira, 6º protesto contra o aumento das tarifas do transporte público, 29 lojas e bancos da região central foram saqueados.

Além do prédio da Prefeitura, o Theatro Municipal e uma central da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também foram alvos dos vândalos. A Secretaria de Segurança Pública informou que 69 pessoas foram levadas para distritos policiais no Belém, Bom Retiro e nos Jardins. Desses, oitos são menores de idade.

Parte dos detidos deve responder por furto qualificado, arrombamento e atos de vandalismo. Como a pena para esses crimes soma mais de quatro anos, a autoridade policial não pode estabelecer fiança. Por isso, após serem ouvidos, os adultos foram encaminhados para um Centro de Detenção Provisória (CDP).

Ataque
Poucos antes das 19h de terça-feira, os manifestantes se concentraram em frente à Prefeitura. A única barreira entre eles e o prédio eram cercas de ferro, que foram tombadas. Sem barreiras, os guardas municipais tentaram evitar a invasão da Prefeitura.

Os guardas-civis entraram e um grupo de vândalos começou a depredar o prédio. O grupo foi para a lateral do prédio e tentou arrombar a porta com um poste de ferro. Pedras quebraram os vidros das janelas. Nas imagens gravadas, é possível ver claramente o rosto de um rapaz de camisa azul. Enquanto isso, outros baderneiros pichavam o prédio. Depois, os vândalos atearam fogo em um carro de reportagem de uma emissora de televisão.

O grupo violento deixou a Prefeitura e passou a atacar o comércio da região central. Vinte e nove pontos comerciais entre lojas e bancos foram danificados no centro histórico. As imagens da violência foram gravadas.
De repente, os vidros foram quebrados e dezenas de vândalos invadiram um banco, na Praça do Patriarca. Em minutos, a agência foi destruída, equipamentos foram quebrados e levados embora.

O Theatro Municipal, tombado pelo Patrimônio Histórico, foi pichado. Uma concessionária de veículos, na Rua Augusta, também não escapou. Ao ver o prejuízo, um comerciante dono de uma relojoaria ficou desolado. “Vontade de chorar, viu? A gente batalha para ter alguma coisa aí e vem esses vândalos, aí. Não tem nem como comentar. Difícil, difícil”, disse o comerciante Yoshio Tamai.

Na Avenida Paulista, a equipe de reportagem do SPTV flagrou vários jovens saqueando uma banca de revistas. A polícia passou em frente à banca arrombada, mas não fez nada. Nesta quarta-feira, seu Nessim Safra calculou o prejuízo em R$ 5 mil. “Eu não acreditava, eu sou a favor do movimento. Isso aconteceu eram 2h da madrugada. Já tinha acabado a manifestação e não tinha policiamento”, disse.

Durante as depredações 69 pessoas foram detidas, oito são menores de idade. Os maiores foram autuados em flagrante por danos ao patrimônio público e privado, furto e formação de quadrilha.

A polícia disse que tenta identificar outros manifestantes que agiram com violência. Um grupo andava tranquilamente com aparelhos de tevês furtadas. Outros suspeitos foram presos com nove TVs e brinquedos.

Prefeitura chama PM, que na prática recusa ajuda

 

Fonte: G1 

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