Parte da mitologia quase divinal ao redor da figura do cantor e compositor jamaicano Bob Marley vem, somando-se ao seu magistral talento, de suas origens. Marley é praticamente o único superstar mundial que veio do terceiro mundo. Não somente, mas de um país especialmente pobre, periférico e negro como a Jamaica – de onde saiu para se tornar um dos maiores nomes de toda a história da música pop, especialmente na segunda metade dos anos 1970.
No início da década, porém, Marley ainda era um astro local em ascensão, lutando para conquistar outros mercados que não somente o jamaicano – em especial, o inglês e o americano, que lhe garantiriam, se conquistados, o resto do mundo. Foi nesse início de carreira que a fotógrafa jamaicana Esther Anderson conheceu e se tornou amiga de Marley, a quem fotografou em 1973.
Esther registrou o jovem cantor, ainda sem os característicos dreadlocks, pelas ruas e praias de Kingston, capital jamaicana, assim como em sua casa. Suas fotos foram utilizadas como primeiros materiais publicitários para o lançamento da carreira de Bob Marley pela Island Records, que o levaria ao estrelato global. Uma das fotos se tornaria a icônica capa do primeiro disco dos Wailers, Catch a Fire, na qual Bob fuma um imenso baseado.
A clássica foto que se tornou capa do primeiro disco; abaixo, a foto seguinte
Tal material fotográfico foi reunido na exposição Bob Marley: A Rebel Prophet (Bob Marley: Um Profeta Rebelde) que ocorreu em Londres no início desse ano. Antes de se elevar à condição do mensageiro rebelde, do profeta rasta, do guerreiro negro, as imagens mostram um jovem artista rumando ao campo de batalha dos palcos para mostrar o impressionante talento que já possuía e poder, assim, transformar o mundo.
Leia a matéria da Vice que entrevistou a fotógrafa e cineasta jamaicana que ficou amiga de Marley antes de sua ascensão à fama.