Minneapolis aprova projeto de reforma policial três anos após morte de George Floyd

Enviado por / FonteFolha de S. Paulo

Texto determina que a polícia não pare veículos por infrações menores e que a força seja usada apenas se necessário

A cidade americana de Minneapolis anunciou, nesta sexta-feira (31), que aprovou um projeto de reforma policial, quase três anos depois que George Floyd morreu asfixiado pela pressão do joelho de um policial.

A morte de Floyd gerou protestos em todo o país e no mundo, sob o lema “Black Lives Matter“. A polícia municipal foi duramente criticada por seus métodos, e uma investigação concluiu no ano passado que o drama ocorreu em um contexto de “discriminação racial” generalizada dentro das forças de segurança de Minneapolis.

“Hoje, confrontamos nosso passado e avançamos com uma estratégia para uma mudança significativa em nossa cidade”, informou o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey. “Nosso objetivo primordial será construir um enfoque melhor e mais justo para a vigilância e segurança da comunidade em Minneapolis.”

O acordo entrará em vigor assim que for ratificado por um tribunal. O texto, de mais de 140 páginas, determina que a polícia não pare mais veículos devido a certas infrações menores, e que a força seja usada apenas se necessário, e “de forma proporcional à ameaça recebida”.

Além disso, armas de choque do tipo Taser devem ser usadas apenas se a polícia tiver um motivo para realizar uma prisão, e se for necessário para “proteger o policial, o indivíduo ou um terceiro”.

A decisão de Minneapolis segue o lastro de algumas regulamentações semelhantes aprovadas a nível federal. Em março de 2021, a Câmara dos Representantes dos EUA chegou a aprovar a chamada Lei George Floyd de Justiça no Policiamento, que proíbe táticas policiais polêmicas, como o estrangulamento, e facilita o indiciamento de agentes que violarem direitos de suspeitos. A medida, entretanto, parou no Senado, onde precisava de 60 dos 100 votos da Casa para ser efetivada.

Nova tentativa foi frustrada em janeiro de 2022. A Casa Branca, já no governo Biden, preparava uma ordem executiva que previa mudanças na forma de atuação dos policiais, restringindo, por exemplo, o uso de tiros e invasões a residências. À época, o rascunho do projeto foi vazado, o que alimentou críticas dos agentes e de ativistas de direita. O presidente recuou da ideia devido a pressão.

+ sobre o tema

Kabengele Munanga receberá título de professor emérito da USP

O antropólogo congolês-brasileiro Kabengele Munanga receberá, na próxima sexta (2), o título de...

Beyoncé canta Tina Turner em espetáculo futurista da nova turnê ‘Renaissance’

Numa performance brilhante, Beyoncé fez o primeiro de seus cinco shows...

Psicóloga faz ofensa homofóbica e agride funcionários de restaurante no Museu do Amanhã

Uma psicóloga fez ataques homofóbicos contra funcionários de um...

para lembrar

Protesto não é crime! Anistia Internacional

A preparação para a Copa do Mundo fez com...

Apreensões sobre o racismo norte-americano

A pequena cidade de Ferguson, no Missouri (centro dos...

Pelo fim da pena de morte aos adolescentes. O caso São Remo

O “mito do adolescente violento” transforma o jovem, negro e...
spot_imgspot_img

Justiça realiza audiência de instrução do julgamento dos PMs acusados de matar Kathlen Romeu

A Justiça Fluminense marcou para esta segunda-feira (29) uma audiência de instrução e julgamento dos PMs acusados de atirar contra a jovem Kathlen Romeu. Marcos Felipe...

Mudar a pergunta é revolução

O assassinato de Genivaldo de Jesus —o homem negro, com esquizofrenia, asfixiado até a morte numa viatura transformada em câmara de gás por policiais rodoviários federais—...

Jovem negro que estaria em surto é morto estrangulado por ex-militar no metrô de Nova York, e caso gera revolta

Um homem negro que estaria tendo um surto psicótico dentro do um vagão do metrô de Nova York foi morto após ser estrangulado por...
-+=