Morte de ativista pode estar ligada a auditoria em um sindicato da Baixada

A Polícia Civil divulgou, nesta sexta-feira, o retrato falado de um dos responsáveis pela execução do advogado e professor universitário Sérgio da Silva Martins, de 49 anos.

Por Marcos Nunes, do Extra 

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Retrato falado: testemunhas descreveram o assassino como um homem de cabelos raspados, com mais de 40 anos, que usava cavanhaque e óculos na testa Foto: Divulgação/Polícia Civil

De acordo com Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o caso, testemunhas descreveram o assassino como sendo um homem de cabelos raspados, com mais de 40 anos, que usava cavanhaque e óculos na testa.

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O professor e advogado Sérgio da Silva Martins foi assassinado, em 2014, na Baixada Fluminense. Polícia diz que vítima foi executada Foto: reprodução Facebook

Ativista dos direitos humanos e ex-integrante da Rede Nacional Contra o Racismo, o advogado foi baleado quando almoçava em uma pensão, no dia 27 de maio de 2014, no bairro Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Uma das hipóteses investigadas pela DHBF é que o assassinato do professor esteja ligado a uma auditoria que ele fez, em um sindicato que tem sede na Baixada.

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Sérgio era militante da Rede Nacional de Combate ao Racismo

Dois dias antes do assassinato, ele apresentou um relatório e revelou que um funcionário seria o responsável pelo desvio de mais de R$ 50 mil das contas do sindicato.

Por conta do relatório, o funcionário foi afastado de suas funções.

— Uma das linhas de investigação está ligada ao trabalho que a vítima fazia no sindicato. Não temos dúvida que o professor foi vítima de uma execução e que o crime foi metodicamente planejado — disse o delegado Giniton Lages, da DHBF.

O delegado disse ainda que, se alguém reconhecer o atirador e quiser ajudar a polícia, basta telefonar, sem se identificar, para o Disque-Denúncia (2253-1177).

Imagens de uma câmera de segurança revelaram que o homem responsável pela morte do professor desceu da garupa de uma motocicleta, minutos antes do assassinato. As cenas mostram o assassino entrando na pensão e saindo do local, logo depois de matar a vítima.

A polícia já sabe que o bandido foi até a mesa onde o advogado estava e sacou uma arma. A vítima ainda pegou uma cadeira para tentar se defender, mas o homem dispara um tiro. O disparo perfurou a cadeira e acertou o peito do advogado.

Ele ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A polícia trabalha com a hipótese de que ocupantes de uma caminhonete preta e de um Palio prata deram cobertura para a execução do crime.

 

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