Não para de se expandir o constrangimento em escala global do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ)

Não para de se expandir o constrangimento em escala global do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Por Caio Delcolli, do HuffPost Brasil

Depois de ser confrontado pela atriz Ellen Page na série Gaycation (HBO) e pelo ator Stephen Fry no documentário Out There (BBC Two), ambos pró-direitos LGBT, uma das criaturas mais bizarras da política brasileira foi chamada, recentemente, de “Donald Trump brasileiro” pelos sites de notícias News.com.au e Vice.

Trump é o pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos. Conhecido por disparar comentários preconceituosos contra minorias, como mulheres, LGBT e imigrantes, o empresário bilionário também não tem o menor jeito com as palavras: grosseirão, dificilmente ele deixa algum debate ou evento sem passar vergonha.

Na reportagem do site australiano News.com.au, escrita por Gavin Fernando, é feita uma retrospectiva da carreira de Bolsonaro na política, citando seus momentos de maior repercussão.

“Assim como Trump, Bolsonaro é frequentemente criticado pela mídia de esquerda, e assim como Trump, ele aceita as críticas com orgulho”, diz a reportagem.

“Também – como Trump – há uma chance de ele se tornar presidente de seu país.” Neste trecho, o News.com.au menciona o fato de o deputado – reeleito em 2014 com mais de 464 mil votos –, recém-filiado ao Partido Social Cristão (PSC), estar próximo da meta de concorrer à presidência do Brasil nas eleições de 2018.

Além disso, o site vai a fundo na galeria de horrores de Bolsonaro e relembra os episódios em que ele disse que não estupraria a colega parlamentar Maria do Rosário (PT-RS) por ela “não merecer” ser vítima de tal crime; não “discutiria promiscuidade”ao ser perguntado pela cantora Preta Gil como ele reagiria se um filho dele namorasse com uma mulher negra; e ~falou pela nação inteira~ ao dizer, a Stephen Fry, que “nós, brasileiros, não gostamos dos homossexuais”.

Já a Vice, em reportagem de James Armour Young, se referiu a Bolsonaro, logo no título, como “deliberadamente ultrajante”.

Disse também que, na votação dos deputados do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, quando ele homenageou em plena Câmara um dos torturadores da ditadura militar (1964-1985), o parlamentar “jogou pela janela todo protocolo político”.

“Essa ideia do, ‘ah, pobre pessoinha negra’, ‘ah, pobre pessoinha pobre’, ‘ah, pobre mulherzinha’, ‘ah, pobre indiozinho’, todo mundo é pobre alguma coisa!”, disse o deputado, em entrevista ao site. “Eu não tento agradar todo mundo.”

Bolsonaro contou “não ser” homofóbico ou sexista. “Eu tenho amigos gays. A maioria dos gays votam em mim!”

Em um dos momentos mais pitorescos da entrevista, ele diz, com bom humor: “Eu gosto da posição de Trump… A única diferença é que eu sou mais rico!”

“Ele não é politicamente correto e é por isso que ele é massacrado pela mídia de esquerda.”

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