Obama condena ataques em Brasília e defende transição pacífica como pedra angular da democracia

Democratas Biden e Clinton também se posicionaram, enquanto republicanos como Trump e Bush silenciaram

SÃO PAULO – O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama juntou-se à extensa lista de lideranças mundiais que condenaram a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por uma multidão bolsonarista no domingo (8) e defenderam as instituições democráticas do Brasil.

“O mundo inteiro tem interesse no sucesso da democracia brasileira”, escreveu Obama em uma publicação no Twitter na noite da segunda-feira (9). “Juntos, devemos rejeitar qualquer esforço para derrubar ou perturbar a vontade do povo brasileiro e [devemos] afirmar a transferência pacífica de poder como pedra angular da democracia.”

O atual presidente dos EUA, Joe Biden, reagiu aos ataques em Brasília ainda na noite de domingo. “Condeno o atentado à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil. As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada”, escreveu o democrata no Twitter, acrescentando que continuaria a trabalhar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Biden falou por telefone com Lula nesta segunda e reforçou o convite ao brasileiro para uma visita a Washington. De acordo com comunicado divulgado pela Casa Branca, a viagem deve ocorrer no começo de fevereiro. “[Biden] transmitiu o apoio inabalável dos EUA à democracia do Brasil e ao livre arbítrio do povo brasileiro, conforme expresso nas recentes eleições presidenciais vencidas pelo presidente Lula”, diz a nota do governo americano.

Dos ex-presidentes americanos ainda vivos, dois republicanos e um democrata não se manifestaram até esta terça-feira (10). Donald Trump, que insuflou a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 —movimento considerado a inspiração dos extremistas que atacaram Brasília— não se pronunciou publicamente sobre a insurreição brasileira.

George W. Bush, que governou os EUA de 2001 a 2009, também não fez comentários públicos sobre o ataque. Jimmy Carter fecha a lista. Aos 98 anos, porém, o democrata não costuma manifestar suas posições e deixou de participar de eventos públicos.

Já o democrata Bill Clinton usou as redes para manifestar apoio e solidariedade ao Brasil. “Associo-me à condenação do ataque às instituições democráticas do Brasil. É crucial que a transição pacífica de poder seja mantida e a vontade do povo respeitada”, escreveu o ex-presidente.

Chefes de Estado e de governo de dezenas de países manifestaram repúdio ao que chamaram de ataque e atentado contra a democracia e as instituições. A reação à insurreição de bolsonaristas também inclui mensagens de apoio e solidariedade a Lula.

+ sobre o tema

Vai à sanção a Política Nacional de Cuidados

Projeto que cria a Política Nacional de Cuidados, para garantir...

Governo anuncia conjunto de ações destinadas à população negra

O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (29), um conjunto...

Contas públicas são disfuncionais porque há muita pobreza e privilegiados

No pronunciamento aos queridos brasileiros e às queridas brasileiras,...

para lembrar

Decisão da ONU reforça recurso de Lula no STF

Defesa de Lula anunciou que levará ao STF a...

Discreta no início do governo Obama, Michelle virou figura popular e ativa

Primeira-dama foi criticada no início do mandato, tachada de...

LUTO COMO MULHER, LUTO COMO MÃE

Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência (RJ) e...

PEC contra aborto isola Brasil na América do Sul

Com a aprovação, na quarta-feira, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, de uma proposta de emenda à Constituição (PEC)...

População em favelas cresce 43,5% em 12 anos; desigualdade esteve na pauta do G20

Se todas as favelas brasileiras formassem um estado, ele seria o terceiro mais populoso do país, com 16,4 milhões de habitantes. Esse número supera...

Salário mínimo, PIS/Pasep, militares, IR e BPC: governo detalha pacote fiscal

O governo detalhou as medidas do pacote fiscal que foram anunciadas na noite de quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Entre elas estão idade...
-+=