Omindarewá e as mães do Candomblé

Semana passada perdemos Mãe Gisele Omindarewá. Marroquina de cidadania francesa, Mãe Gisele se apaixonou pela cultura afro em 1959 quando conheceu o célebre Babalorixá João da Goméia, da nação Angola. A partir daí, a paixão pelo Candomblé se fortaleceu e Mãe Gisele tornou-se uma caprichosa pesquisadora da religião dos Orixás. Viajou para África em busca de mais informações, e em 1968 conheceu o africano Nestor Adissa Ogulola que a levou a lugares de culto como Pobé, Seketé e Kétu. Voltou ao Rio de Janeiro em 1972 como Conselheira Pedagógica do Serviço Cultural Francês e teve a triste notícia do falecimento do Sr. João da Goméia. Foi então apresentada pelo amigo Pierre Verger ao Babalorixá Obarayi de Xangô que refez suas obrigações na nação Kétu. Escritora e antropóloga franco-brasileira, Mãe Gisele deixa um legado de vanguarda, pois entrou para o Candomblé em uma época de muita repressão. Seu Terreiro localizado em Santa Cruz da Serra, no Rio de Janeiro, era muito frequentado pelo povo de santo.

São Ìyá’s (mães) como Omindarewá que engrandecem a religião dos Orixás. Exemplos como Mãe Stella de Oxossi, Mãe Beata de Yemanjá, Mãe Meninazinha de Oxum e tantos outros Babalorixás e Yalorixás que realizam relevantes trabalhos sociais que engrandecem o Candomblé. São esses baluartes que além da orientação espiritual transformam vidas através dos seus feitos.

Muito triste a perda de Mãe Omindarewá, mas sabemos que outras Mães e todos nós podemos nos mirar nesses exemplos de vitória!

“Tènìà oun wiwo kelulé wo ìwà!” (O ser humano é eternizado por suas qualidades!)

Axé!

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