Os 216 anos da Revolução Haitiana, a maior revolta de negros em um país colonizado

FONTEDA REDAÇÃO 4P

O primeiro dia de 2020 também foi o aniversário de 216 anos da Revolução Haitiana, cujo ápice se deu em 1º de janeiro de 1804, quando a colônia da América Central finalmente conquistou sua independência da França, produzindo a maior revolta bem-sucedida de escravizados no mundo colonial. Embora tenha custado muito a economia do novo país, continua sendo celebrada como marco da resistência negra no continente americano.

O Haiti começou a ser colonizado em 1492, com o nome de Ilha de São Domingos, e, logo no início desse processo de colonização, houve o massacre dos seus povos originários. Com a vinda dos africanos como escravos para o país, esses foram submetidos a muita violência, a exemplo do que aconteceu no Brasil, e assim como ocorreu aqui, os negros criaram comunidades de resistência no Haiti, os Maroons, que equivaliam aos quilombos brasileiros.

A história da revolução começa em 14 de agosto de 1791, quando o combatente Vicent Ogé convocou uma revolta durante uma cerimônia religiosa. Em poucos dias, mais de cem mil homens e mulheres escravizados e negros libertos se juntaram à revolta e tomaram a Província do Norte, sob a liderança de Toussaint Louverture. Os africanos derrotaram os donos de escravos e dezenas de milhares de soldados enviados pela França. Após algumas baixas em lideranças do movimento, em 1803 Jean Jacques Dessalines assumiu o papel de líder da revolução, levando o país à independência no primeiro dia de 1804. O nome Haiti, aliás, foi uma homenagem aos povos originários exterminados pelos colonizadores.

O Haiti foi o único país latino-americano a conquistar a independência com uma revolta feita por escravizados. Na época, a vitória dos negros repercutiu em todo o continente. Mas essa vitória custou caro ao país americano, que foi submetido a vários pagamentos e sanções da parte da França para que esta reconhecesse a independência da sua ex-colônia, o que prejudicou o desenvolvimento do Haiti, hoje o país mais pobre do continente.

Há um ano e meio o país vive revoltas populares por motivos econômicos e políticos, entre eles o escândalo de corrupção envolvendo a Petrocaribe, programa que vendia petróleo subsidiado da Venezuela para países da América Central e Caribe.

-+=
Sair da versão mobile