Reprovamos: New York Times destila preconceito sobre Brasil, zika e Carnaval

Em um artigo intitulado ‘Brasileiros ignoram o medo da zika para cair na alegria do Carnaval‘, publicado na quarta-feira de cinzas (10), o New York Times esbanjou preconceito contra a cultura brasileira. A publicação americana minimizou a preocupação da população com o vírus e atacou a maneira como as pessoas se comportam e se vestem.

Por , do HuffPost Brasil

“Do ponto de vista do mosquito, as multidões suadas e minimamente vestidas nas ruas das cidades do Nordeste na segunda-feira devem ter parecido especialmente deliciosas”, inicia o texto. “Bêbados de cerveja e preocupados com as prodígias possibilidades carnais, jovens dançavam ao longo da Avenida Oceânica (em Salvador) acompanhando ícones da música brasileira”, segue.

A publicação afirma que, apesar da preocupação da comunidade internacional com relação ao vírus, os brasileiros esqueceram o zika para celebrar o Carnaval.

Argumenta que poucas pessoas vestiam calças ou blusas de mangas longas, sem lembrar do verão mais quente de todos os tempos, com o calor de quase 40ºC que atinge algumas cidades brasileiras nesta época do ano.

Ressalta que uma pessoa citada no artigo estava vestida de short curto e top justo, alheia a proliferação do mosquito e “momentaneamente distraída do bacanal”.

O autor do texto diz ainda que, em Salvador, o cheiro dominante é de colônia misturado com suor e não de repelente.

Aproveita para criticar que os brasileiros mal notam o vírus, diante o aumento no desemprego, a queda no valor da moeda e a expansão do escândalo de corrupção que ameaça a presidente Dilma Rousseff, e justifica com a declaração do dono de uma pousada que diz que o Brasil tem problemas maiores que o zika.

“Ainda assim, para estrangeiros, ver tantas pessoas em busca de prazer, em vários estágios de nudez e aparentemente alheios aos perigos potenciais de Zika pode ser impressionante.”

Tratando o Carnaval como válvula de escape dos problemas do País, o New York Times chega a reconhecer que há brasileiros preocupados com o vírus, mas alega que mesmo estes argumentam que os períodos difíceis não os tiram do caminho de uma boa festa.

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