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    Camila Moura de Carvalho (Arquivo Pessoal)

    Camila Moura de Carvalho: Por que o feminismo negro?

    Djamila Ribeiro – Filósofa e Escritora “Não é preciso ser negro para se engajar na luta antirracista” (Foto: Victor Affaro)

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    A importância da proteção de defensores e defensoras de direitos humanos 

    Ilustração/ Thaddeus Coates

    Quando eu descobri a negritude

    Bianca Santana - Foto: João Benz

    Queremos uma presidenta em 2022!

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    O Homem Negro Vida

    A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala prepara seu discurso após ser nomeada, em sua casa de Potomac, Maryland. (Foto: ERIC BARADAT / AFP)

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      Defesa de réus de chacina tenta desacreditar mães de vítimas, diz defensora

      Foto: Reprodução/ TV Globo

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      Bianca Santana, jornalista, cientista social e pesquisadora - Foto: Bruno Santos/Folhapress

      Notícia sem contexto contribui para o genocídio negro no Brasil, afirma pesquisadora

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      Foto: Diêgo Holanda/G1

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      Keeanga-Yamahtta Taylor (© Don Usner)

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      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

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      Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz africana

      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

      Imagem: Geledes

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        Chiquinha Gonzaga aos 47 anos, em 1984 (Acervo Instituto Moreira Salles/Coleção Edinha Diniz/Ciquinha Gonzaga)

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              Ruth de Souza

              16/08/2009
              em Patrimônio Cultural
              Tempo de leitura: 21 min.

              image001

              Ruth Pinto de Souza (Rio de Janeiro RJ 1930).
              Atriz. Funda e integra o Teatro Experimental do Negro
              e participa dos elencos de Os Comediantes.
              {gallery}artes/ruth{/gallery}

              Ainda adolescente, entra para o Teatro Experimental do Negro, TEN, companhia de Abdias do Nascimento, onde atua no espetáculo de estréia, O Imperador Jones, de Eugene O’Neill, 1945. No ano seguinte, se apresenta em Todos os Filhos de Deus Têm Asas, novamente de O’Neill, e do Festival do Segundo Aniversário do TEN, que apresenta, entre outras peças, O Moleque Sonhador, de O’Neill. Em 1947, Ruth de Souza é convidada a participar de Terras do Sem Fim, de Jorge Amado, realizada por Os Comediantes, com direção de Zigmunt Turkov. A atriz interpreta a personagem Joana, a quem ela retorna anos depois na versão cinematográfica do romance. Permanece no TEN enquanto duram suas atividades, sempre interpretando as principais personagens femininas. Em 1947, recebe o prêmio revelação pelo desempenho em O Filho Pródigo, de Lúcio Cardoso, direção de Abdias do Nascimento.

              Em 1959, é convidada a protagonizar, na Companhia Nydia Licia-Sergio Cardoso, Oração para uma Negra, de William Faulkner, e recebe os prêmios Saci e Governador do Estado de melhor atriz.

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              01/02/2021

              Na década de 60, atua, entre outros, em Quarto de Despejo, adaptação de Edi Lima para o livro de Carolina de Jesus, com direção de Amir Haddad, 1961; em Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, com direção de Antunes Filho, 1964; na montagem de Sergio Cardoso para Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, no Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, 1965. Com bolsa da Fundação Rockfeller, estuda cinema em Cleveland, nos Estados Unidos, onde trabalha como atriz e faz assistência de direção de filmes.

              De volta ao Brasil, começa a fazer seguidas participações na televisão. No cinema, atua em cerca de 40 filmes e recebe prêmios da crítica. Entre seus principais trabalhos destacam-se Terra Violenta, direção de Alberto Cavalcanti, baseado no roteiro de Graça Mello para Terras do Sem Fim, de Jorge Amado, 1948; Sinhá Moça, direção de Tom Payne, filme em que concorreu ao prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza em 1951; Assalto ao Trem Pagador, direção de Roberto Farias; Jubiabá, direção de Nelson Pereira dos Santos.

              Em 1983, sob a direção de Luiz Carlos Maciel, protagoniza, mais uma vez, Réquiem para uma Negra, de William Faulkner.
              O cronista Artur da Távola descreve sua personalidade e seu estilo: “Consegue condensar no tipo físico, maneira de ser em cena, falar, olhar, postar-se, as densidades e dores dos oprimidos. Se na órbita pessoal é tímida, discreta, ser de nenhuma bulha, em cena alardeia megatons de eletricidade, magnetismo e comoção inexplicáveis (…). O rosto é expressionista e doloroso; consegue, porém, as iluminações da comédia, embora vocacionada para o sofrimento. A voz de Ruth contrasta com o rosto intenso. É de melopéias; é suave, possui timbre de pessoa equilibrada e doçuras de carícia. Voz para palavras de consolação, traz calmas ancestrais, de quem sofreu antes; traduz não o conformismo, porém a compreensão”.1

               1. TÁVOLA, Artur da. Ruth de Souza sacerdotisa da dramaturgia, O Globo, Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1986.

              Interpretação

              1945 – Rio de Janeiro RJ – O Imperador Jones
              1946 – Rio de Janeiro RJ – O Moleque Sonhador
              1946 – Rio de Janeiro RJ – Festival do 2º Aniversário do Teatro Experimental do Negro
              1946 – Rio de Janeiro RJ – Todos os Filhos de Deus Têm Asas
              1947 – Rio de Janeiro RJ – Terras do Sem Fim
              1947 – Rio de Janeiro RJ – O Filho Pródigo
              1947 – Rio de Janeiro RJ – Recital Castro Alves
              1948 – Rio de Janeiro RJ – A Família e a Festa na Roça
              1948 – Rio de Janeiro RJ – Aruanda
              1949 – Rio de Janeiro RJ – Filhos de Santo
              1949 – Rio de Janeiro RJ – Calígula
              1958 – São Paulo SP – Vestido de Noiva
              1959 – São Paulo SP – Oração para Uma Negra
              1961 – São Paulo SP – Quarto de Despejo
              1964 – São Paulo SP – Vereda da Salvação
              1965 – Rio de Janeiro RJ – Vestido de Noiva
              1967 – São Paulo SP – O Milagre de Annie Sullivan
              1978 – Rio de Janeiro RJ – A Revolução dos Patos
              1983 – Rio de Janeiro RJ – Réquiem para uma Negra

              Fonte: Itaú Cultural. Enciclopédia. Teatro

               

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              Entrevista  – Gente em Foco

               

              Matéria publicada em 22/01/2004

               

              Ruth de Souza, filha de Sebastião Joaquim de Souza e Alaíde Pinto de Souza, carioca, nascida no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro, é considerada a “primeira-dama negra do teatro brasileiro”. Foi a primeira atriz brasileira a concorrer num festival de cinema de Veneza e a primeira pessoa a fazer teatro na televisão.

              LOU: Você foi uma pioneira. Venceu muitas guerras.
              RUTH: Sempre procurei ser a melhor. Seja branco ou negro, se você tem auto-estima, tem que lutar pelos seus sonhos, tem que ser muito bom naquilo que você faz. Não acredito que por ser negro você não consiga vencer as barreiras.

              LOU: Como foi sua luta pra superar as barreiras?
              RUTH: Eu sou uma pessoa que lutei a vida inteira, com muita coragem. Chega um momento que eu digo: – Ah, não vou lutar coisa nenhuma. Lutei muito pela valorização do negro no Brasil, porque temos preconceitos incríveis; e dentro do teatro, cinema e televisão, eu fui a primeira a abrir caminhos para fazer tudo. No entanto, ainda se tem muito que fazer pra conseguir, e chega o momento que você diz: “não vou lutar mais, não vou acreditar mais, porque os discursos estão difíceis”. Os mesmos discursos de hoje, no dia de Zumbi, são os mesmos discursos de 1947, quando nós trabalhávamos no teatro Negro, fazíamos as convenções pra valorizar o negro, a auto-estima, não sei o quê.

              LOU: O discurso é o mesmo, mas você não acha que você conseguiu abrir as portas pra esse grande elenco?
              RUTH: Eu não consegui abrir todas as portas. Consegui convencer e fazer acreditar que o negro podia ser ator, viver com dignidade, que tínhamos os mesmos sonhos, anseios que qualquer outra raça, conseguimos mostrar isso….

              LOU: E talento.
              RUTH: Mas talento depende de Deus e é Ele quem dá a um ou a outro. E nossa vida, nossa carreira, digo nossa, dos negros, é sempre limitada. É uma coisa muito limitada ainda. Hoje, todo mundo acha lindo o Zumbi, acha lindo fazer peça, acha linda a batucada. Mas não é isso. Não é a batucada, não é a cultura folclórica do negro. É o negro como ser humano, lutando e realizando seus sonhos como qualquer pessoa. Esse é o meu pensamento, meu desejo de ver acontecer.

              LOU: A Camila Pitanga, fazendo o papel da preferida do galã Rodrigo Santoro e de uma médica-chefe numa novela já não é uma conquista ?
              RUTH: Camilinha, como tem pele clara, abre mais portas do que uma menina negra. Por exemplo, tem uma atriz excelente que se chama Yléia Ferraz. Ela tem a pele muito escura e trabalha pouco. Já uma menina mulata bonita, com a pele clara, tem muito mais vantagens e isso é também com os meninos.

              LOU: Mas a Glória Maria nem é bonita e conquistou um lugar de destaque no Fantástico!
              RUTH: A Glória Maria é de tirar o chapéu. É uma grande repórter, é maravilhosa.

              LOU: A Zezé Motta que fez a Chica da Silva…
              RUTH: Tem a Chica Xavier como atriz, tem a Zezé Motta, tem Cléa Simões, Lea Garcia e eu, que começamos.

              LOU: São poucas em relação aos brancos.
              RUTH: São muito poucas. E sempre papéis secundários.

              LOU: A Chica da Silva foi um papel importante.
              RUTH: “Chica da Silva” foi um filme que nem quero falar muito sobre ele. Eu não gosto. Durante 3 anos fiz pesquisa sobre a Chica da Silva, a mulher lá do Tijuco. Era uma mulher forte, digna e o filme fez mais uma negra que rebola e dá faniquito quando vê um homem. Achei horrível! Odeio aquele filme!

              LOU: Então, a Chica da Silva não era aquela mulher fogosa que deixava os homens enlouquecidos?
              RUTH: A Chica da Silva não era aquela mulher vulgar do filme. Quando conheceu João Fernandes, tinha 38 anos e tinha 3 filhos e trabalhava no eito; ela capinava na roça e ela era uma escrava do padre Rolim, que era um inconfidente também. E aí o João Fernandes caiu de amores por ela e a comprou do padre Rolim; e ela se tornou “aquela” mulher poderosa. Era poderosa, inteligente. Ela não saiu do Tijuco, porque se ela saísse perdia o poder dela. Ela queria ver o mar e então decidiu fazer um lago. Era caprichosa, muito má e muito feia. Ela não se meteu na luta dos inconfidentes porque João Fernandes era pró Portugal até debaixo d’água. Quer dizer, ele não ia abrir mão de nada para libertação do Brasil.

              LOU: Quer dizer, eles fantasiaram uma Chica da Silva pra…
              RUTH: Uma Chica da Silva carnavalesca, como foi Quilombo também, um quilombo carnavalesco. Visão do homem branco vendo a história do negro. A visão folclórica, engraçada.

              LOU: Vendável.
              RUTH: Exatamente. Com o João Fernandes ela teve 7 filhas. As 7 filhas dela foram criadas num convento lá no Tijuco. Os filhos foram pra Corte de Portugal. Mulher muito forte, ela não saiu do Tijuco, não veio para o Rio de Janeiro ver o mar porque era muito esperta. Senão, teria perdido. Tanto que quando chegaram com aquelas fofocas de dentro da Corte, os pró rei lá de Portugal disseram que João Fernandes estava gastando muito dinheiro, que ele era muito rico e que era perigoso ele lutar a favor da libertação do Brasil. Pombal veio aqui, confiscou-lhe tudo e levou-o de volta pra Portugal e aí aquela história da Chica ninguém conta mais, ninguém sabe mais nada.


              COMEÇO DA CARREIRA

              LOU: Agora, vamos falar da sua história. Como foi que você começou? Onde você nasceu? Você é carioca?
              RUTH: Em 1920. Sou carioca, nasci no Engenho de Dentro, aqui no Rio de Janeiro. Estudei, a maior parte, em colégio de freiras, lá na Tijuca. Aí, depois comecei a fazer teatro, nos Estados Unidos.

              LOU: Era isso que eu queria saber. Na escola você já fazia teatro?
              RUTH: Não. Não deixavam. Elas diziam que querer ser atriz não era bom. Depois, fui pros Estados Unidos, fiquei lá um ano fazendo teatro.

              LOU: Como é que você foi pros Estados Unidos?
              RUTH: Ganhei uma bolsa de estudos. Eu tenho sorte. Acho que Deus é muito maravilhoso comigo.

              LOU: E você já sabia que queria ser atriz?
              RUTH: Já. Eu estava fazendo o Teatro Experimental do Negro que eu já tinha fundado aqui no Rio de Janeiro.

              LOU: Ah, então quando você ganhou essa bolsa, já fazia teatro. E como foi que você entrou pro teatro?
              RUTH: Tinha um grupo de negros escolhendo um negro pra fazer “O Parador de Ônibus”, na Casa do Estudante do Brasil, aqui no Flamengo. Entrei, fiz um teste, passei e aí me deram um pequeno papel. Fiquei ali. E como queria fazer uma carreira de atriz, trabalhei muito em cima.

              LOU: Então, foi na Casa do Estudante que tudo começou?
              RUTH: Não. O Teatro Experimental do Negro foi fundado por um grupo de negros e nós tínhamos uma sala na UNE, que emprestavam pra ensaiarmos.

              LOU: Quanto tempo você ficou nos Estados Unidos?
              RUTH: Fiquei 1 ano.

              LOU: Aí, quando você voltou, você já….
              RUTH: Já tinha feito um filme na Vera Cruz, uma companhia de cinema em São Paulo, que estava fazendo uma indústria; porque em 4 anos fizemos 18 filmes; era a indústria de cinema no Brasil. Aí, quando estava nos Estados Unidos, recebi uma carta me convidando pra fazer “Sinhá Moça”, um filme até hoje muito importante. Fui a primeira atriz brasileira a concorrer num festival de cinema de Veneza. Concorri com 4 grandes atrizes, entre elas, Katherine Hepburn e perdi por dois votos só. Foi maravilhoso.

              LOU: E você já começou uma carreira assim… Eu tenho entrevistado outros artistas, que batalharam no teatrinho do colégio até conseguir um…
              RUTH: A batalha que se tem é uma continuidade que eu sempre consigo, graças a Deus. É uma continuidade do trabalho desde que eu comecei; não parei nunca. Eu sou a dama de teatro, cinema ou televisão. Quando não estou fazendo televisão, estou fazendo cinema; agora faço palestras, estou com um longa pra terminar; fiz dois curtas metragens, eu tô sempre trabalhando. Se parar perco o pique.

              LOU: Mas tem tanta gente que não quer parar e é obrigada a parar porque não tem mercado.
              RUTH: Isso depende muito de sorte, carisma da pessoa, depende do jeito que a pessoa fala e vai superar isso. Isso é o jeito que a gente tem, isso uns têm e outros não.

              LOU: E o profissionalismo também.
              RUTH: Tem muitos profissionais bons. O negócio é sorte mesmo. Eu acho que a sorte pesa muito.

              LOU: E a última novela que você fez foi….
              RUTH: “O Clone”. Comecei o ano de 2003 fazendo esse longa; depois fiz dois curtas.

              LOU: Esse longa qual é o nome?
              RUTH: O filme se chama “As Filhas do Vento”. Ainda não está pronto.

              LOU: Você começou no cinema ou no teatro?
              RUTH: Comecei com o Teatro Experimental do Negro quando menina. Depois fiz ali 5 anos como amador e aí me tornei profissional. Nesse meio tempo fazia cinema, fazia teatro, fazia cinema. Aí nasceu a televisão, em 1950, e eu fui a primeira pessoa a fazer teatro na televisão.

              LOU: Foi difícil entrar na televisão?
              RUTH: Olha pra mim, graças a Deus, não foi não. Eu já tinha um trabalho pronto, então eu era convidada porque todo mundo já conhecia meu trabalho.

              LOU: E era qual TV?
              RUTH: Era a TV Tupi de São Paulo. Era a única e engatinhando, era tudo muito primário.

              LOU: E era tudo ao vivo também.
              RUTH: Tudo ao vivo.

              LOU: Errasse ou não tava no ar.
              RUTH: Exatamente como no teatro.

              LOU: E você fez rádio-teatro também?
              RUTH: Não. Nunca tive jeito pra rádio-teatro.

              LOU: Porque hoje você tava falando no racismo e que até no rádio-teatro eles davam preferência aos brancos.
              RUTH: Todos. Está tão arraigado o preconceito que falando com um amigo que queria fazer rádio-teatro, ele disse: – Ih, não tem nenhum papel pra negro. Eu fiquei muito admirada e mais tarde conversando com ele, jura que não disse isso. Ele ficou tão envergonhado.

              LOU: Que bobeira!
              RUTH: Tá tão arraigado o preconceito que já diz que não tem papel porque você é preto. É impressionante. Eu atribuo isso à burrice.

              LOU: É, não tenha dúvida.
              RUTH: Porque todas as pessoas que têm preconceito de raça, de cor, de gorda, de magra, de religião, são tacanhas, têm mentalidade curta. Uma pessoa tava contando que um menininho tinha horror de criança negra, não queria chegar perto nem nada. Foi preciso um trabalho muito sério dos professores e dos pais, botá-lo numa mesma classe com negros, porque ele simplesmente tinha horror da raça.

              LOU: Mas isso deve ser uma herança cultural.
              RUTH: É tão estranho! Parece que os pais lutaram muito pra ele deixar isso. Deve ter nascido dele. Mesma coisa são três irmãos: tem um que é um doce de pessoa, um que pode ser um padre e o outro um assassino.

              LOU: Na parte de teatro, quais foram os papéis que fizeram você se sentir melhor?
              RUTH: Olha, eu gosto muito de fazer o meu trabalho. No momento em que estou trabalhando, não importa se é pequeno ou grande. O maior sucesso de teatro que eu tive foi “Oração Para Uma Negra”, que é uma peça do William Faulkner, que eu gosto muito. No cinema foi “Sinhá Moça”, que é um filme que até hoje ainda está atualíssimo. Na televisão eu fiz vários trabalhos que gostei muito; não posso nem citar que só na TV Globo, onde estou há 40 anos. Então, eu fiz muitos trabalhos que a gente vai esquecendo porque tem tanta coisa….

              LOU: Mas você começou a trabalhar no teatro com que idade mais ou menos?
              RUTH: Com 17 anos.

              LOU: E quando você descobriu que queria ser atriz?
              RUTH: Eu acho que comecei a querer ser atriz por causa do cinema. Eu tenho uma paixão por cinema, desde menina; quando cheguei do interior e meu pai morreu, minha mãe nos levava uma vez por semana ao cinema e ali eu aprendi muito. Eu desejei muito fazer teatrinhos, aprendi o que era música, o que era uma ópera, o que era uma opereta, o que era um clássico, o que era um popular, ; tudo aprendi através do cinema, porque sempre fui curiosa pra querer aprender as coisas. E este é o meu jeito, porque tem muita gente que vê o pôr-do-sol e nunca viu.

              LOU: Seus pais estão vivos ?
              RUTH: Não, infelizmente não. Morreram há muitos anos. Eu estava com 9 anos quando meu pai morreu; minha mãe morreu em 1950, 1949…

              LOU: Você ficou então sozinha?RUTH: Com meus irmãos. Quando a minha mãe morreu, minha irmã já tinha se casado e eu fui pra São Paulo fazer Vera Cruz. Fui contratada pelo Alberto Cavalcanti, grande cineasta da Vera Cruz e meu irmão, que era muito mais ligado ao interior, tinha uma fazendinha, um pedaço de terra e ficou por lá plantando. O meu irmão já faleceu, mas eu acho que consegui realizar uma carreira bonita, consegui realizar o meu sonho de ter minha casa própria, minha irmã ter a casa própria dela, que eu acho que é o sonho de todo mundo. Não temos muito dinheiro, mas temos uma vida bastante organizada.

              LOU: E me conta sobre os amores.
              RUTH: Como toda a menina tive namoradinho de infância, de adolescente.

              LOU: Mas e uma paixão maior?
              RUTH: Eu fui muito ligada ao meu trabalho e essa parte é uma coisa muito sem importância pra mim.


              LOU:
              Não teve importância pra você, você não chegou a casar então?
              RUTH: Não casei, nunca me casei. Porque eu acho que se eu tivesse me casado, não teria realizado nem a metade do que fiz.

              LOU: Quer dizer que você foi uma mulher avançada, porque só de uns tempos pra cá é que as mulheres começaram a fazer essa opção…
              RUTH: Mas eu já fiz isso há muitos anos. Nunca me imaginei casando, com marido do lado me mandando. Sou muito independente. Eu tive as minhas paixões. Mas, assim, muito desligada de dependência.

              LOU: E, no entanto, você faz parte de uma geração que a primeira coisa que a mulher fazia era se preparar pra casar, largar a profissão, tudo em benefício do patrão, senhor, marido….

              RUTH: Que é a maior burrice. Que por maior que seja a paixão, nunca deixe o seu trabalho.

              LOU: Isso é importantíssimo que você o diga. Porque ainda tem muita gente que abre mão do seu ideal…
              RUTH: A mulher deve trabalhar. Não ficar daquele jeito: – Fulano não gosta. Não posso ir ali, que beltrano não gosta. Não posso usar batom porque fulano não gosta. Toda a vida achei isso ridículo. Eu tinha uma amiga para quem eu falava: – Vamos ao cinema de tarde? Não, porque meu marido pode não querer. Eu achava aquilo tão bobo! Eu sempre fui muito independente. Acho que um casamento deve dar certo se o marido e a mulher formam a sua família, seus filhos, mas trabalhando de ombro a ombro. A mulher nunca deve deixar de trabalhar, porque, inclusive, o marido a respeita mais, eu acho.

              LOU: Às vezes a mulher não quer casar ou não quer ter filhos, porque acha que vai prejudicar a profissão…
              RUTH: Eu acho que hoje em dia você tem dois, três filhos dentro de casa e aí deve se dedicar à educação deles até um certo momento. Eles também vão partir, vão cuidar da vida deles e você fica com a mão vazia e lamenta: – Por que não segui minha carreira? Eu poderia ter feito isso, ou fazer aquilo. Por que não fez? Não fez por bobagem.

              LOU: Porque não soube dividir bem o tempo.
              RUTH: Exatamente. Eu acho que todo mundo deve ter sua independência, a mulher e o homem. Tanto a mulher respeita o homem que trabalha honesto, digno e organizado, como o homem respeita a mulher que não abre mão de seu trabalho.

              LOU: Você é mesmo um exemplo de mulher que conseguiu se fazer sozinha …
              RUTH: Porque eu acho que todos nós somos donos da nossa vida. Se você se casa com uma pessoa que está apaixonada, a paixão acaba. Então, para um casamento dar certo, os dois têm que ter amizade, se querer muito bem, ser grandes amigos, defendendo um ao outro, porque a paixão acaba mesmo. Agora, quando começa um pro lado, outro pro outro, a mulher dependendo do marido, o marido nervoso porque não tem dinheiro o bastante pra educar o filho e sustentar uma mulher bem burra, consumista, que quer isso, aquilo. O homem fica massacrado; aí, acaba o casamento. Eu vejo de longe, vejo o casamento dos meus amigos. Eu estou muito feliz, tenho a minha casa, tenho uma boa casa pra minha família que vive no Méier, tenho um contrato maravilhoso na TV Globo, tenho a minha aposentadoria, porque há muito tempo me aposentei por tempo de trabalho. Eu acho que sou uma pessoa feliz, porque Deus tem me ajudado bastante e eu acertei dentro da minha carreira.

              LOU: Agora me fala da sua irmã que eu fiquei encantada de saber como você ajudou a ela.
              RUTH: A minha irmã se casou, teve um casamento muito feliz. Aí ficou viúva e aquela velha história: – “eu gostaria de ter minha casa…” Quando eu comprei meu apartamento, eu falei que achava que ia dar uma pra minha irmã, por causa da minha organização, eu sou muito organizada. Até a Elke Maravilha costuma dizer que eu sou uma alemoa, por que eu sou muito organizada. Decidi: Vou fazer essa casa da minha irmã. O marido da minha sobrinha é japonês, é uma gente maravilhosa, ordeira, amigos da família, graças a Deus o segundo casamento da minha sobrinha foi maravilhoso.

              LOU: Você construiu a casa, né?
              RUTH: Minha irmã ficou viúva faz um ano e pouco. A minha sobrinha, graças a Deus, está feliz. Então, quando eu comprei a casa, no Engenho de Dentro, caindo aos pedaços, eu estava era comprando o pedaço de terra, 11 de frente por 24 de fundos. Me perguntavam: “Mas como é que você foi comprar uma casa dessa?” Eu já estava visualizando a casa pronta. Eu desenhei, acho que até no fundo eu devia ser uma excelente arquiteta; eu desenhei a casa, começamos a construir. O marido da minha sobrinha comprava o material, eu pagava a mão-de-obra; fizemos quase um mutirão e está lá uma casa belíssima. Eu acho que quando a gente quer fazer, a gente tem que planejar e se unir. Então, dá tudo certo. Tem uma mesa farta, uma casa gostosa, um teto bonito. Você não precisa mais nada.

              LOU: Então você é uma arquiteta. Arquiteta da vida porque você arquitetou…
              RUTH: Eu arquiteto tudo. Dou idéia pros outros e quando vejo, a minha idéia arranjou um monte de donos. Acho que vou começar a vender minhas idéias (rsrsrs).

              LOU: Uma pessoa vitoriosa se sente feliz, realizada, né?
              RUTH: Quando você acerta. Porque eu vejo tanta gente reclamando, principalmente na profissão de atriz, que é cheia de altos e baixos; hoje você tem trabalho, amanhã não tem. Se você não se organiza desde o princípio, a sua carreira não vai.

              LOU: E uma poupança. Porque na época das vacas magras tem que se sustentar.
              RUTH: Eu sempre digo que minha mãe me ensinou economia da seguinte forma: – Se você ganhou dois cruzeiros, finge que ganhou um só. Eu nunca fiquei sem dinheiro, nunca. Sempre tive dinheiro pra pagar meu aluguel, minha comida, minha roupa, minha vida é muito bem organizada e ainda, às vezes, me sobra pra ajudar quem está com problema. Graças a Deus.

              LOU: Você sabe que as pessoas que te admiram, seja na telinha da TV ou no cinema, ou no teatro, vão te admirar mais ainda por conhecer um pouco mais da sua personalidade.
              RUTH: Eu tenho contado tanto a minha história por aí a fora, que as pessoas já devem saber.

              LOU: Mas eu não conhecia. E como eu, muitas pessoas não devem conhecer.
              RUTH: Por exemplo,esse livro que peguei pra te mostrar, “As Damas Negras”, escrito pela Sandra Almada, uma moça negra, também muito bela. Ela leciona numa faculdade em Jacarepaguá. Ela fez entrevistas com cada atriz negra: tem a Chica Xavier, Lea Garcia, eu e a Ísis. E não é por estar na minha presença, mas eu acho que a melhor história é a minha.

              LOU: Mas depois, você foi pra São Paulo…
              RUTH: Aí, em São Paulo, Alberto Cavalcanti me convidou. Viu um trabalho meu feito aqui no Rio, e me convidou para a Vera Cruz. Então eu participei do elenco da Vera Cruz.

              LOU: E a Vera Cruz era em São Paulo?
              RUTH: Era em São Paulo, São Bernardo do Campo, numa época em que as indústrias estavam começando, na época de Juscelino Kubstcheck, as indústrias do cinema, de automóveis no Brasil, que até então não tinha, a siderúrgica de Volta Redonda, o Brasil tava crescendo mesmo.

              LOU: Fala da sua carreira.

              RUTH: A minha vida tem sido a minha carreira. Uma das poucas carreiras com uma continuidade de trabalho, dando, conhecendo e participando de coisas muito importantes, como foi a fundação da Vera Cruz, no caso de ser uma das primeiras da TV Globo, tanto que nós é que começamos com a TV Globo; isso já tem 37, 38, 40 anos. O Dr. Roberto Marinho deu uma ordem que, quem tivesse começado com a TV Globo não poderia ser mandado embora, porque ele sabia da dificuldade que encontrava o ator quando ficava mais velho, principalmente aqueles que já haviam passado dos 50 anos. Então, todos nós temos contrato fixo. Quer dizer, foi uma beleza. Olha, ele foi o melhor patrão do mundo. E não me canso de elogiar, porque não tinha uma pessoa, desde o homem que lavava e varria o estúdio, até a alta direção que não tivesse um respeito, um carinho por ele. Foi um dos maiores patrões que existiu no Brasil.

              LOU: Que bom saber! Quem foi que pintou o seu retrato, aquele que você tem ali?
              RUTH: Foi o Carmélio Cruz. Eu tenho vários quadros dele, um grande amigo meu; tenho mais dois lá no quarto. Essas três telas estão no livro publicado sobre os 500 anos do Brasil.

              LOU: Agora, eu queria que você mandasse um recado pros VelhosAmigos”. Sei que está na sua hora, porque por mim, eu teria imenso prazer de conversar mais com você, que tem muita coisa interessante pra dizer.
              RUTH: Eu estou muito mole pra ficar falando muito tempo devido à essa gripe desagradável.


              LOU:
              Então, manda o seu recado pros VelhosAmigos.
              RUTH: Eu acho que a pessoa deve sempre procurar produzir alguma coisa. Eu acho que mulher, homem, criança tem que ocupar a mente. Habituar a trabalhar porque a coisa mais dignificante que existe é o nosso trabalho. Devemos incentivar constantemente os outros, jovens ou velhos.

              LOU: Muito obrigada. Os VelhosAmigos se sentem honrados pela sua palavra, seu ensinamento.
              RUTH: Eu que agradeço, gostaria de estar mais inspirada, mas hoje essa gripe me deixou caída.

              Maria de Lourdes Micaldas
              Digitadora: Lika Dutra
              Revisão: Anna Eliza Führich

              FONTE: www.velhosamigos.com.br/Foco/ruthdesouza.htlm

              Tags: ArtesCinemacinema negroPatrimônio Culturalteatro
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              • Para fechar fevereiro, a coluna Nossas Histórias vem com a assinatura da historiadora Bethania Pereira, que nos convida a pensar sobre as camadas de negação da história do Haiti. Confira um trecho do artigo do artigo"O Pioneirismo haitiano nas lutas pela liberdade no Atlântico"."A partir de 1824, o presidente Jean-Pierre Boyer passou a oferecer terras e cidadania para os imigrantes exclusivamente negros, vindos dos Estados Unidos. Ao chegar no Haiti, as pessoas teriam acesso a um lote de terra, ferramentas e, após um ano, receberiam a cidadania haitiana. A fim de fazer seu projeto reconhecido, Boyer enviou Jonathas Granville como seu representante oficial para os Estados Unidos. Lá, Granville pode se reunir com afro-americanos de diferentes locais mas, aparentemente, foi na cidade de Baltimore, onde ele participou de reuniões na African Methodist Episcopal Church – Bethel [Igreja Metodista Episcopal Africana] e pode se encontrar com homens e mulheres negros e negras. Acesse o material na íntegra em: A Coluna Nossas Histórias é parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs, o Geledés e o Acervo Cultune #Haiti #Liberdade #Direitos #SéculoXIX #HistoriadorasNegras #NossasHistórias.
              • #Repost @naosomosalvo • • • • • • A @camaradeputados, o @senadofederal e o @supremotribunalfederal precisam frear a política armamentista da Presidência da República, que coloca em risco nossa segurança e nossa democracia. 72% da população brasileira é contrária à proposta do governo de que é preciso armar a população: precisamos unir nossas forças e vozes contra esses retrocessos! Pressione agora: www.naosomosalvo.com.br As armas que a gente precisa são as que não matam.
              • No próximo sábado, dia 27 de fevereiro, às 17h, as Promotoras Legais Populares- PLPs, realizam uma live para falar sobre ações e desafios durante a pandemia, no canal do YouTube de Geledés Instituto da Mulher Negra.
              • Abdias Nascimento, por Sueli Carneiro “Sempre que penso em Abdias Nascimento o sentimento que me toma é de gratidão aos nossos deuses por sua longa vida e extraordinária história fonte de inspiração de todas as nossas lutas e emblema de nossa força e dignidade. A história política e a reflexão de Abdias Nascimento se inserem no patrimônio político-cultural pan-africanista, repleto de contribuições para a compreensão e superação dos fatores que vêm historicamente subjugando os povos africanos e sua diáspora. Abdias Nascimento é a grande expressão brasileira dessa tradição, que inclui líderes e pensadores da estatura de Marcus Garvey, Aimé Cesaire, Franz Fannon, Cheikh Anta Diop, Léopold Sedar Senghor, Patrice Lumumba, Kwame Nkruman, Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Steve Biko, Angela Davis, Martin Luther King, Malcom X, entre muitos outros. A atualidade e a justeza das análises e das posições defendidas por Abdias Nascimento ao longo de sua vida se manifestam contemporaneamente entre outros exemplo, nos resultados da III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, ocorrida em setembro de 2001, em Durban, África do Sul, que parecem inspiradas em seu livro O Genocídio do Negro Brasileiro (1978) e em suas incontáveis proposições parlamentares.Aprendemos com ele tudo de essencial que há por saber sobre a questão racial no Brasil: a identificar o genocídio do negro, as manhas dos poderes para impedir a escuta de vozes insurgentes; a nos ver como pertencentes a uma comunidade de destino, produtores e herdeiros de um patrimônio cultural construído nos embates da diáspora negra com a supremacia branca em toda parte. Qualquer tema que esteja na agenda nacional sobre a problemática racial no presente já esteve em sua agenda política há décadas atrás, nada lhe escapou. Mas sobretudo o que devemos a ele é a conquista de um pensar negro: uma perspectiva política afrocentrada para o desvelamento e enfrentamento dos desafios para a efetivação de uma cidadania afrodescendente no Brasil, o seu mais generoso legado à nossa luta.” 📷Romulo Arruda
              • #Repost @brazilfound • • • • • • InstaLive Junte-se a nós para uma conversa com Januário Garcia, ícone da história do movimento negro no Brasil, enquanto celebramos o mês da história negra (Black History Month).⁠ ⁠ 📆: Terça-feira, 23 de fevereiro ⁠ ⏱: 18 hs horário de Brasília⁠ 📍: Instagram da BrazilFoundation (@brazilfound)⁠ ⁠ Fotógrafo brasileiro, Januário Garcia há mais de 40 anos vem documentando os aspectos social, político, cultural e econômico das populações negras do Brasil. Formado em Comunicação Visual, passou por prestigiados jornais e grandes agências de publicidade do Rio de Janeiro e é autor das fotos de álbuns icônicos de artistas consagrados. ⁠ ⁠ Januário participa de importantes espaços de memória, arte e cultura do povo negro; é co-fundador do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras, é membro do Conselho Memorial Zumbi e, atualmente, Presidente do Instituto Januário Garcia, um Centro de Memória Contemporâneo de Matrizes Africanas.⁠ ⁠ *⁠ #BrazilFoundation #mêsdahistórianegra #blackhistorymonth #januáriogarcia #brasil @januariogarciaoficial
              • Hoje é o dia nacional de luta por um auxílio emergêncial de 600 reais até o fim da pandemia! Fortaleça em todas as redes: #AuxilioEmergencial600reais #AteOFimDaPandemia #VacinaParaTodesPeloSUS Acompanhe os atos: https://coalizaonegrapordireitos.org.br/ato-nacional-pelo-auxilio-emergencial/
              • "As estratégias de liberdade desempenhadas pelos escravizados tiveram muitas dinâmicas. Em algumas oportunidades, era a carta de alforria o recurso daqueles que buscavam conquistar a saída da escravidão." Leia o artigo do historiador Igor Fernandes de Alencar, para a coluna
              • "Os ares colonizatórios destroem nossos pulmões. A população negra no mundo vem sendo asfixiada desde o processo de escravidão que mortificou as almas e os corpos do povo negro para dar “vida” a um novo modo de existência que podem ser compreendidos como mutações coloniais." Leia o Guest Post de Francélio Ângelo de Oliveira em www.geledes.org.br
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              Geledés Instituto da Mulher Negra

              GELEDÉS Instituto da Mulher Negra fundada em 30 de abril de 1988. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira.

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