Oie! Finalmente consegui um tempo para postar a minha monografia aqui!
por Jéssica Severo, do Bolinhas de Gucci
Ela foi apresentada na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação – FAPCOM em 2015 e teve como tema a representação das mulheres negras nas capas das revistas de noivas durante o período de 2014 e 2015.
Intitulado de “Negras nas revistas de noivas: estudo sobre a representação da mulher negra no jornalismo feminino”, conta com 91 páginas de como a mulher negra é abordada na mídia, principalmente nos veículos impressos.
Depois dos 5 anos na faculdade (sim, pedi transferência quando já tinha feito 1 ano e meio rs), me FORMEI! Dificuldades, angústias, desânimo e mais uma série de coisas que nos acompanham nessa etapa, também fizeram parte da minha, mas nada como chegar na sua banca e levar um glorioso 9, né?
Nunca imaginei escrever uma monografia, mas o tema eu já tinha meio que na cabeça: moda. Eu precisava de algum jeito inserir isso no meu último trabalho da faculdade, já que esse universo fashion sempre me acompanhou em todos os outros semestres, e em minha vida também.
Com as grandes problematizações que temos enfrentado nos últimos tempos, o tema “racismo” e “representação” tem sido cada vez mais forte, principalmente na internet, onde o acesso é livre e cada um tem a possibilidade de expressar sua opinião de várias maneiras.
Num dia qualquer, analisando que tema seria o meu projeto experimental, que até ali eu tinha um grupo e uma leve ideia do que gostaria de desenvolver, li no grupo Talk Olga no Facebook uma discussão sobre a representação das negras na mídia. Logo me veio a ideia de falar sobre isso e como apaixonada por revistas de moda que sou, quis sair do comum e abordar as revistas de noiva. Até porque, por mais difícil que seja, a Vogue, ELLE, Glamour, Marie Claire, entre outras, uma edição ali e acolá, sempre tem uma modelo/atriz negra na capa, né? Mesmo que o número seja vergonhosamente inferior do que as brancas, mas nas revistas de noivas é praticamente impossível encontrar uma sequer. Fato!
Confesso que esse tipo de revista nunca foi meu alvo, mas uma coisa ou outra a gente acaba observando pela banca de jornal ou nas livrarias por aí. Então senti que precisava falar sobre isso! E foi triste, porém muito gratificante realizar essa pesquisa.
Apesar de não ter entrevistado as editoras das revistas analisadas, deu pra enxergar como esse meio ainda carece tanto de representação! Não só da negra, que foi o meu foco, mas de todas as outras etnias que fazem do Brasil o que é o Brasil: um país rico em diversidade e cultura, mas que infelizmente o modelo europeu/americano ainda é tão representado e cultuado pela mídia, que nem se dá conta que o povo daqui não tem nada a ver com o de fora.
Nas terras brasileiras há tanta beleza, mas que não são nem um pouco exploradas pelas revistas de moda. Não vou entrar no mérito de racismo, porque não é isso que minha monografia aborda, mas são casos a se pensar e como consumidora, também me sinto lesada, excluída e diminuída por essas publicações.
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Jéssica Severo, mas pode chamar de Jess. Tem 25 anos, mora em SP, jornalista, aquariana e apaixonada por internet. Doida por fast-fashion, fast-food e produtos de beleza.