Vereador, cantora, estrangeiro: ninguém está livre de racismo em Curitiba

Nos últimos dias, Curitiba teve uma série de denúncias de racismo. Pelo menos dois casos chegaram à polícia e três foram parar nos jornais. Apesar de estarem aparecendo mais agora, esses casos não são tão incomuns na cidade.

Por Rogerio Waldrigues Galindo Do Gazeta do Povo

Para o advogado Mesael Caetano dos Santos, que já presidiu a Comissão de Igualdade Racial da OAB no Paraná, os crimes persistem porque a polícia não consegue punir e as penas são brandas. “Também há uma falta de discussão mais profunda do tema nos ambientes escolares e a falta de interesse do estado e da sociedade em discutir o assunto como ele merece ser tratado”, diz.

Em parceria com o repórter Felippe Aníbal, um dos mais atuantes jornalistas do estado na área de direitos humanos, o blog fez um levantamento apenas de casos que ocorreram nos últimos dois anos.

1- O caso dos haitianos
Numa reportagem sobre imigrantes haitianos, a Gazeta do Povo mostrou como vários negros que chegavam ao país em busca de uma vida melhor sofriam preconceito não apenas pela cor da pele – e que às vezes ultrapassava as agressões verbais. Em um dos casos, um rapaz foi espancado por pedir que parassem de ofendê-lo.

2- Xenofobia no Facebook
Quando a prefeitura mencionou o caso dos haitianos no Facebook, uma nova onda de comentários racistas chegou à internet

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3- Vereador negro
O único vereador negro de Curitiba, Mestre Pop (PSC) entrou com uma representação contra um colega de Câmara, Zé Maria (SD), depois de ouvir uma piada racista.

4- Ameaça no ônibus
Uma garota de 15 anos foi xingada dentro do Interbairros IV no mês passado, saindo do colégio. O agressor ameaçou-a de morte e cuspiu na garota. Identificado pela polícia, ele responde a processo em liberdade.

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5- Cantora indignada
A cantora Michele Mara, que ficou conhecida no país depois de ganhar um concurso no Domingão do Faustão, foi à imprensa denunciar que em uma loja da cidade não a deixaram provar uma peça porque seu cabelo supostamente estragaria a roupa.

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6- Macaca e banana
Uma operadora de caixa denunciou há uma semana à polícia o fato de ter sido chamada de macaca por um passante na Praça Osório. O caso foi registrado e o homem foi levado à delegacia, mas a vítima ainda não foi chamada a depor.

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7- Demitida
Uma funcionária de um hospital do Batel conta que foi demitida em função da cor da pele. “Ela disse que eu pareço haitiana e que hospital não gosta de haitianos nem de pretos. Tanto que só contrata negros pra preencher uma cota. Foi a pior fase da minha vida”, afirmou a vítima.

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