Você matou meu filho”. Anistia do Brasil lança relatório Internaciona

Constata-se que no mês de julho, aumentou em relação ao mesmo período no ano passado o número de mortes envolvendo operações policiais no Estado do Rio de Janeiro. Apesar dos relatórios dos órgãos de segurança apontarem para uma queda de homicídios, divulgar o aumento do número de mortes em operações policiais no ano de 2015, pode ser um alerta às autoridades, conforme nos diz o diretor da Anistia Internacional, seção Brasil, Átila Roque, ao responder críticas do secretário Beltrame, que não considerou oportuna a ocasião de divulgação do Relatório da Anistia:

Do Mama Press

“A anistia não pode deixar de pontuar um problema que persiste num patamar muito alto, mesmo reconhecendo os avanços ( da área de segurança-sic), ainda estamos falando de quinhentos e tatos autos de resistência no Estado do Rio de Janeiro, este é um patamar ainda muitoa alto. E olhando o primeiro semestre de 2015 e comparando como primeiro semestre de 2014, percebemos um aumento de 22%, ou seja, pode ser que aí esteja um alerta, uma liz amarela, que talvez a tendência à queda esteja sendo revertida. Então nós não podemos nos furtar a dizer isto, a capa do relatório é muito importante, foi uma escolha muito consciente, porque ela dá voz e visibilidade à vida e ao valor da vida. Este filho aqui( na capa) que é um filho específico, ele pode ser qualquer pessoa, ele pode ser qualquer um de nós.”

Para nós do Sos Racismo Brasil e da Rede Radio Mamaterra da qual faz parte a Mamapress, a ação pontual da Anistia ao revelar que em 10 casos de mortes em operações policiais acontecidos em Acari no ano de 2014, existem fortes indícios de execuções extra judiciais em 9 deles, desnuda a ponta de um iceberg do “modus operandis” de ações policiais em todo o país. Esta forma de agir faz parte de uma cultura nacional que precisa ser mudada, e precisa envolver todos os setores da sociedade assim como todos os ministérios, como afirmou Atila Roque durante a o lançamento:

“Não que é só para discutir sobre violência com com os setores de segurança.
Queremos discutir sobre o grande número de assassinatos contra jovens negros no Brasil com o Levy e com todo o staff da fazenda e econômico, quais são as medidas econômicas que eles tem para parar esta violência.”

 

 

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