Nesta terça-feira 13, a Assembleia-Geral da ONU proclamou o dia 25 de julho como Dia Internacional das Mulheres e Meninas Afrodescendentes, resultado de uma proposta dos governos do Brasil e da Colômbia.
De acordo com documento das Nações Unidas, a organização “decide proclamar 25 de julho como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas de ascendência africana, a fim de destacar a importância deste dia como um momento para comemorar a luta global contra a escravidão e o racismo e o compromisso de alcançar a igualdade de gênero, bem como a contribuição significativa de todas as mulheres e meninas de ascendência africana para o desenvolvimento das sociedades”.
O texto ressalta também que a ONU “incentiva todos os Estados-Membros e o sistema das Nações Unidas a tomar medidas concretas para abordar e prevenir a discriminação racial e de gênero, bem como eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas de ascendência africana, e garantir o pleno exercício dos direitos humanos por mulheres e meninas de ascendência africana”.
Ainda neste documento, as Nações Unidas anunciam entre as metas os “Objetivos de Desenvolvimento, que buscam, respectivamente, alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas e reduzir a desigualdade dentro e entre países, inclusive por meio de medidas específicas para lidar com a discriminação racial”. A resolução aponta ainda a necessidade de haver “reforço mútuo entre alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas e a plena realização de todos os seus direitos humanos e liberdades fundamentais e a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
Em nosso continente, o 25 de julho é celebrado como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, instituído pela ONU, e que teve origem durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992. No Brasil, a data é uma homenagem à Tereza de Benguela, conhecida como “Rainha Tereza”, que viveu no século XVIII, no Vale do Guaporé (MT), e liderou o Quilombo de Quariterê.
Na terceira sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes, que ocorreu em Genebra, na Suíça, entre os dias 16 e 19 de abril, o secretário-geral da ONU, António Guterres, já havia sublinhado as conquistas dos afrodescendentes em todo o mundo, mas ressaltou a necessidade de ser reconhecida mundialmente a existência de discriminação racial e desigualdades que as pessoas negras enfrentam de forma perpetuada.
A nova resolução não deixa de ser um resultado de forte e constante trabalho do movimento negro, em especial das mulheres negras, nos diferentes fóruns das Nações Unidas, com diálogos persistentes para que haja real avanço nas temáticas de gênero e raça.