Polícia usou bombas de gás para dispersar ‘batalha de música’.
SSP disse que PM interveio após pedirem que som fosse desligado.
O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) pediu que a Ouvidoria investigue uma ação da Polícia Militar em um encontro de rappers em São Bernardo do Campo, no ABC. Há três anos este grupo se reúne toda terça-feira para a chamada “Batalha da Matrix”. Na semana passada, a polícia usou bombas de gás para dispersar o grupo.
Ariel de Castro Alves, coordenador do MNDH e da Comissão de Infância e Juventude da OAB de São Bernardo, afirma que a Prefeitura e o Governo do Estado deveriam apoiar o movimento ao invés de reprimi-lo. “Nós entendemos que é inaceitável que a Polícia Militar e a GCM pratiquem qualquer tipo de violência contra os jovens, que estão exercendo o direito de reunião, previsto na própria Constituição federal”, explica.
Segundo os organizadores do evento, essa não é a primeira vez que há confusão durante os encontros. Pelo menos outras três vezes a PM ou a GCM usaram bombas para acabar com o encontro. De acordo com a Prefeitura, os moradores da região reclamam do barulho, roubos e vendas de drogas. Nesta terça-feira (2), os jovens foram chamados para uma reunião com a Prefeitura e ficou decidido que a Guarda vai ter maior participação no evento.
Osvaldo de Oliveira Neto, Secretário Municipal de Cultura, afirma que medidas serão tomadas para garantir a liberdade dos jovens, a utilização do espaço público e evitar qualquer tipo de conflito. “Nós temos que garantir a manifestação artística e junto nós temos que conseguir ter essa harmonia no entorno.”
A Ouvidoria da PM disse que encaminhou um ofício para a Corregedoria da PM pedindo que apure as responsabilidades dos policiais no caso. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que a PM interveio quando técnicos da Prefeitura e guardas-civis foram agredidos ao pedir que os jovens desligassem as caixas de som do evento.