Família de jovem morto dentro de casa na Penha acusa a polícia de ter efetuado disparo

Sepultamento do corpo de Thiago da Conceição aconteceu neste domingo, no Cemitério de Irajá. Tio afirma que apenas um disparo, feito por policiais, atingiu o menor dentro de casa.

FONTEG1, por Ben-Hur Correia
Geledés

Foi enterrado neste domingo (20) o corpo de Thiago da Conceição, de 16 anos, que morreu ao ser atingido por um tiro dentro de casa, no Morro da Fé, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Durante a cerimônia, o tio do jovem acusou policiais civis pelo disparo que matou o adolescente.

“Tomou um tiro. Tiro disparado por um policial civil, que eram as únicas pessoas que estavam na comunidade no momento, fazendo operação”, afirmou Jeovane dos Santos, tio de Thiago.

“Entraram na comunidade às 6h, não teve um disparo. Às 10h15, 10h20, houve um disparo. Foi um disparo fatal na cabeça do meu sobrinho. Eu espero que seja feita justiça, que o verdadeiro atirador seja punido. Até quando vai ser isso?”, indagou.

O sepultamento aconteceu no Cemitério de Irajá. A mãe e a avó passaram mal. Elas foram as primeiras a ver o corpo de Thiago após ser atingido na cabeça. Ele tinha acabado de acordar e recebeu o tiro ao sair do quarto e ir para a sala.

Ele chegou a ser levado para o Hospital Getúlio Vargas, também na Penha, por parentes e vizinhos, mas não resistiu.

Thiago da Conceição estava dentro de casa, na Penha, quando foi baleado na cabeça — Foto: Reprodução/TV Globo

A Operação Coalizão pelo Bem, que acontecia na comunidade no momento que Thiago foi atingido, reuniu agentes das polícias civis do Rio, do Pará e do Amazonas e contou com o apoio da Polícia Militar do Rio. O objetivo era prender um dos chefes do tráfico do Comando Vermelho mandante dos ataques em Manaus, no Amazonas, segundo a Polícia Civil do Rio.

Policiais afirmam que não estavam próximos à residência onde o menor vivia. Mas vídeos divulgados por moradores mostram o momento em que Thiago é resgatado pelo carro do tio mostram carros da polícia na região.

A Polícia Civil afirmou que as viaturas estavam no local para atender uma diligência e não estavam próximas à residência do Thiago, mas abaixo dela. Segundo a corporação, a casa fica mais acima, o que não permitiria um disparo contra o local onde o menor estava. Uma perícia deve ser realizada no local mas, para que este trabalho seja feito, uma nova operação será necessária.

Thiago cursava o segundo ano do ensino médio e praticava arco e flecha. Ele sonhava em ser militar. No fim de semana do enterro, ele estaria comemorando a entrada do irmão mais velho, de 19 anos, na Marinha.

Segundo dados da plataforma Fogo Cruzado, Thiago é o 20º adolescente ferido por arma de fogo na Região Metropolitana este ano. Ele também é o 7º adolescente morto por arma de fogo em 2021.

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