GÊNERO E SAÚDE: o papel das mulheres negras nas práticas de cura da medicina tradicional africana – um estudo da comunidade negra em Palmeirândia Maranhão
Maria da Conceição Pinheiro de Almeida
Universidade Federal do Maranhão
Elizabeth Sousa Abrantes
Universidade Estadual do Maranhão
No Brasil, dentre as várias dificuldades para a garantia de direitos à população mais pobre, constituída em sua maioria pela população negra, destaca-se a área da saúde. As razões dessa desigualdade social são históricas e associadas a fatores políticos, econômicos e socioculturais, o que tem resultado num processo de exclusão social, com a dificuldade de acesso aos requisitos básicos da cidadania. Segundo Batista (2002, p. 11), ainda são poucos os estudos em nosso país que abordem a questão dos diferentes perfis de classe social e cor nos indicadores de saúde. Geralmente as abordagens incorporam principalmente o aspecto da desigualdade socioeconômica, e os resultados apontam que “a mortalidade é inversamente proporcional à classe social, isto é, quanto mais alta a classe social menor a mortalidade e vice-versa”.
No que diz respeito aos indicadores de classe e gênero, os estudos também dificilmente incorporam em suas propostas as especificidades da saúde da mulher negra. Ainda são recentes os estudos com a utilização do conceito de gênero para estudar a saúde e a doença. Os que existem geralmente mostram as condições sociais, estilo de vida, e como o conhecimento sobre saúde interferem no processo saúde/doença.
No entanto, dada a invisibilidade da atuação das mulheres na sociedade (invisibilidade social do trabalho das mulheres, da saúde das mulheres, da participação das mulheres na política), as desigualdades prevalecentes entre elas levam, num primeiro momento, a privilegiar nos estudos as questões específicas da saúde reprodutiva (BATISTA, 2002, p. 55).
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Fonte: Xincolab