Oshun em busca de ancestralidade

As nova-iorquinas do duo de hip-hop Oshun querem entender de onde vieram para decidir para onde vão. Em 2013, Niambi Sala e Thandiwe pleiteavam uma bolsa de estudos na New York University quando descobriram as afinidades musicais e espirituais que compartilhavam. “Além de jazz e hip-hop, nós duas nos interessamos por nossas raízes africanas e queremos defender o direito de negros se reconectarem com sua espiritualidade”, conta Niambi.

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Foto: Imagem retirada do site Trip
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Aos 22 anos, o duo se apropria da estética como forma de reafirmação. “Somos mulheres africanas nascidas nos Estados Unidos, nossa história foi tirada de nós e estamos aqui pedindo isso de volta”, diz Thandiwe. As roupas, brincos e penteados de inspiração africana são uma arma de resistência no discurso da dupla. “Tenho orgulho de nossa existência e quero inspirar quem se parece comigo. Não precisamos da validação de nenhuma outra cultura para sermos quem somos”, conta Thandiwe.

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A vontade de transformar o passado em força para construir o futuro tem bastante ligação com o conceito do movimento afrofuturista, com a qual Niambi e Thandiwe se identificam. “Queremos levar os conceitos da espiritualidade africana para outros contextos, ressignificar essa história”, diz Niambi. O videoclipe da faixa Protect Your Self  exemplifica bem essa onda. A postura combativa está presente também nas letras das músicas e na postura no palco. “O feminismo é uma causa muito natural pra nós”, explica Niambi.

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O olhar crítico se expande para outras causas. A faixa mais recente lançada pela dupla, chamada Not My President, é um crítica à eleição do presidente norte-americano Donald Trump. “É uma responsabilidade carregar o nome de uma deusa yoruba, sabemos que a música que criamos tem o poder de transformar e encaramos isso como uma responsabilidade”, conclui Niambi.

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