Seminário sobre Genocídio Negro prepara Marcha do dia 22 de Agosto

Foto: Gabriel Brito/Correio da Cidadania

negrobelchior

Por Douglas Belchior

Em todo Brasil, em grande parte das capitais dos Estados incluindo São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte e Porto Alegre, negras e negros, autônomos e independentes estão a todo vapor organizando a II Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro.

A partir da Bahia, a resistência organizada pelo Quilombo X e pela campanha Reaja contagiou organizações negras em todo país e o resultado é a construção de um grande momento de mobilização negra que culminará na II Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro, no próximo dia 22 de Agosto.

Em São Paulo, a luta contra o genocídio negro protagonizada pela Uneafro-Brasil, MNU, Circulo Palmarino, NCN-USP, Levante Popular da Juventude, Mães de Maio, Quilombagem, Força Ativa, Posse Haussa, entre outros, já alcançou importantes resultados, como o Fim dos Autos de Resistência no Estado, mas ainda assim a violência policial e o índice de assassinados promovidos pelo aparato militar só aumenta.

Para se ter uma ideia, só em São Paulo, de 2002 para 2011 houve um aumento de 24% de morte de jovens negros, um crescimento de 11.321 para 13.405. Com esse diferencial, a vitimização de jovens negros passa de 71,6% em 2002 para 237,4%. A violência nos três primeiros meses de 2014 em comparação a 2013 apresentaram um aumento de 206,9% do número de pessoas mortas por policiais em serviço. O aumento sistemático de extermínios é uma das faces do genocídio do qual falamos.

Neste próximo Domingo, dia 17/08, essas organizações promoverão o Seminário Contra o Genocídio do Povo Negro, com a presença de especialistas, intelectuais e militantes de movimentos sociais e do movimento negro. Para quem se preocupa com a guerra cotidiana que vivemos, vale a pena participar:

Seminário Contra o Genocídio do Povo Negro

Domingo | 17 de Agosto | a partir das 09h00

Local: Sintaema – Sindicato dos Trabalhadores da Água e Meio Ambiente de SP.

Próximo ao Metrô Armênia (saída para Rua Eduardo Chaves, posto de gasolina de esquina).

Programação:

Mesa – RACISMO, CAPITALISMO E LUTA DE CLASSES (9h às 12h)

Gevanilda Santos – organização Soweto/ CONEN
Weber L. Góes – professor, graduado em História (Fundação Santo André).


Almoço (12h às 13h30)


Mesa – VIOLÊNCIA DE ESTADO CONTRA A MULHER NEGRA (13h30 às 15h30)

Patrícia Chaves – Levante Popular da Juventude
Bia Sankofa – Força Ativa


GRUPOS DE DEBATE (15h30 às 17h30)

-Violência contra mulher negra 
-Violência Policial e Encarceramento em Massa 
-Direito à Moradia 
-Homofobia e Racismo: violência contra Afro-Lgbt
-Violência Institucional


SARAU CONTRA O GENOCÍDIO (à partir das 17h30)

Intervenção Cultural com microfone aberto.

Haverá espaço Lúdico para crianças com atividades pedagógicas durante o Seminário

Voluntári@s serão bem vind@s.

 

Fonte: Negro Belchior

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...