Combate a corrupção: em que mãos iremos entregar o Brasil?

Esse artigo será com diversas questões, para tentar fazer com que as pessoas reflitam e respondam com responsabilidade sobre o que estão buscando para o nosso país.

Por Davison Coutinho, do Jornal do Brasil

Começo afirmando que as manifestações são legitimas, o povo tem sim que ir às ruas reclamar por seus direitos. Mas, temos que saber que bandeira estamos carregando, sabendo que estamos decidindo sobre o futuro da democracia brasileira.

Muitos se dizem contra corrupção e por isso são a favor do impeachment de uma presidenta eleita, democraticamente. Mas será que já se perguntaram em que mãos estamos entregando o Brasil? Seria o vice, Michel Temer do PMDB, o herói que iria de a noite para o dia acabar com a corrupção do país?

Vejam bem, como tudo começa errado. Eu sempre assisti nos julgamentos o lugar do juiz e do réu, mas na condução desse processo de impeachment não consigo entender como um sujeito (do mesmo PMDB de Temer) que pode ser preso, réu em processo de corrupção no STF, investigado em diversas contas bancárias no exterior, possa conduzir um processo que decidirá sobre o futuro da presidência do país. É o réu fazendo papel de juiz.

Será que quem se coloca a favor do impeachment tem noção que está diretamente apoiando um sujeito investigado na operação lava-jato?

Como podem apoiar a operação lava-jato ajudando a um réu, acusado de corrupção que continua presidindo a câmara dos deputados? Não tem lógica.

Além do presidente da câmara ser investigado, dos 67 deputados que integram a comissão que decide o impeachment, 37 são acusados de crimes muito mais graves (segundo a ONG Transparência Brasil).

Além de apoiar tal sujeito, esse mesmo cidadão que se diz contra corrupção e por isso é a favor do impeachment está sendo contra a democracia. Todos temos direito de não estar satisfeito com um governo, mas graças a democracia temos a chance de fazer nossas escolhas nas urnas, de quatro em quatro anos. A escolha que não é feita pela democracia, chama-se golpe, como já vivemos.

Gostando ou não do governo Dilma, é preciso lutar pela democracia

Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe sim!

* Davison Coutinho, 24 anos, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestre em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade.

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