Ambiente escolar é onde mais se sofre racismo, diz pesquisa

Trabalho, espaços públicos, estabelecimentos comerciais e ambiente familiar também foram citados; levantamento foi realizado pelo Ipec e Projeto SETA

FONTEPor Larissa Cavalcante, do Estado de Minas
Um lugar que deveria ser um ambiente de aprendizado é, para muitos, um palco de acontecimentos preconceituosos (Foto: Drazen Zigic/Freepik)

Uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Referência Negra Peregum (Ipec) e Projeto SETA mostra que 38% dos entrevistados disseram que escolas, faculdades e universidades são os locais onde mais sofreram preconceito racial. Batizado de ‘Percepções Sobre o Racismo’, o levantamento foi finalizado em julho.

No total, 2 mil pessoas de 16 anos ou mais em 127 municípios brasileiros das cinco regiões do país foram ouvidas pelo Ipec e, entre elas, 66% apontaram que a violência verbal é a forma mais comum de manifestação do racismo. Já 42% afirmaram sofrer mais com o tratamento desigual. Em seguida, 39% disseram ter sofrido violência física.

Além do ambiente escolar, 29% alegaram ter sofrido racismo no trabalho, 28% e espaços públicos (ruas, praças e parques), 18% em estabelecimentos comerciais e 11% no próprio ambiente familiar. 

Mesmo com a existência da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira dentro das disciplinas presentes na grade curricular, somente 46% dos entrevistados disseram ter aprendido sobre o tema nas aulas.

Os resultados do levantamento mostram que 74% dos entrevistados são a favor da reserva de vagas em universidades, concursos públicos e empregos em empresas privadas para a pessoas negras e indígenas; 44% afirmaram que a raça, cor ou etnia é o principal fator gerador de desigualdades no país e 81% concordam que o Brasil é um país racista, embora apenas 11% admitam ter atitudes racistas.

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