Criação de fundo de combate ao racismo é comemorada na Câmara Municipal

alessandra-300x200

Do Câmara

A comunidade negra araraquarense conquistou mais uma vitória na luta contra a discriminação na noite de terça-feira (25). Na 176ª Sessão Ordinária, a Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, a criação do Fundo Municipal para o Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo (Comcedir). “Há de chegar o momento em que não precisaremos mais de um fundo de reparação para a comunidade negra. No dia de hoje, porém, estamos colocando mais um tijolinho na construção de uma realidade mais justa”, declarou o advogado Darci Honório, presidente da Comissão da Verdade da Escravidão, da OAB. Ele ocupou a Tribuna Popular, acompanhado por Alessandra de Cássia Laurindo, a responsável pela Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da prefeitura.

Alessandra agradeceu a todos os envolvidos no projeto de criação do fundo, especialmente à comunidade negra, pelo apoio no fortalecimento de políticas que promovem a igualdade racial no município. “A ideia é potencializar essas políticas, porque o nosso orçamento não é suficiente para a grande demanda que recebemos”, apontou. A coordenadora explicou que os recursos auxiliarão entidades organizadas em suas ações de combate à discriminação.

darci-300x200

O Comcedir está vinculado à Coordenadoria Executiva de Políticas Públicas para Promoção e Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Diretos Humanos e da Participação Popular. Ele foi criado em 2015 com o objetivo de implantar, em todas as esferas da administração, políticas públicas que garantam a igualdade de oportunidades e direitos entre as etnias em nível municipal. A estipulação de um fundo está previsto no

Estatuto da Igualdade Racial, uma lei federal de 2010 destinada a combater a discriminação racial e as desigualdades raciais que atingem os afro-brasileiros e a incluir a dimensão racial nas políticas públicas desenvolvidas pelo Estado. “Araraquara está dando um exemplo a outras cidades que ainda não têm esse fundo institucionalizado”, apontou Alessandra.

Sem esconder a emoção, Darci Honório avaliou que “o que pode parecer somente mais um documento tem, na verdade, uma importância histórica. Ele ajuda a efetivar a abolição de uma vez por todas”. E concluiu: “Quando nossos netos perguntarem onde estávamos neste momento da história, poderemos responder que estávamos no lugar certo”.

+ sobre o tema

para lembrar

BA: Seminários do Turismo Étnico-Afro reuniram cerca de 250 pessoas

Os dois dias do ciclo de encontros do Seminário...

A Cor da Indignação

O movimento negro no Brasil é anterior à...

Mato Grosso do Sul – Instituto oferece curso de formação para Lideranças Negras na Capital

    O Instituto Luther King com apoio dos Governos Brasileiro...
spot_imgspot_img

Toussaint Louverture, o general negro que libertou o Haiti

Toussaint Louverture liderou a revolução haitiana que conquistou a libertação de dezenas de milhares de escravos negros da antiga colônia francesa no Haiti e abriu caminho...

Passeio pela mostra “Um defeito de cor”, inspirada no livro de Ana Maria Gonçalves

"Eu era muito diferente do que imaginava, e durante alguns dias me achei feia, como a sinhá sempre dizia que todos os pretos eram...

Caso de dona Maria de Moura pede urgência no combate ao crime de escravidão

Quantas pessoas brancas alguém aqui conhece que passou um, dez, 20, 40, 72 anos em regime análogo à escravidão? Tenho curiosidade em saber. Conte-me nos...
-+=