Você já viu isso em filmes e quadros de humor, certeza: a mulher irritada, que bate e grita com o marido, é ela que manda na porra toda e que faz “”””o papel do homem””””, ela tá sempre puta da vida, nunca sorri e vai te mandar tomar no cu quando você menos perceber.
por Suzane Jardim no Medium Corporation
Bem, durante a escravidão existia o culto à verdadeira feminilidade, ideologia que marcou qual era o padrão de comportamento feminino na época — mas obviamente esses padrões do que é ser mulher só valiam para as mulheres brancas de classe média.
A Sapphire é o total oposto disso: ela é a mulher forte e castradora, que domina o homem, rouba seu papel e geralmente afasta suas crianças e seu companheiro de tão escrotona que ela é.
Ela é uma Mammy sem o mínimo carinho maternal, sem a mínima paciência.
Cientistas sociais do pós escravidão afirmavam que a culpa do desemprego, pobreza e suposta passividade do homem negro pra crescer na vida não era de qualquer política social ou econômica, mas sim, do status matriarcal da dominância da mulher negra descontrolada sobre o homem — “se você não doma nem sua mulher, como quer ter um emprego?” — pois é….
O nome Sapphire veio da personagem da comédia Amos ’n’ Andy, um estereótipo disso tudo que acabamos de falar.
Então, em resumo, esse foi o estereótipo primário da Mulher Negra Raivosa — a Angry Black Woman que muitos de vocês conhecem.
Aquele que coloca a mulher negra como perigosa, instável, dominada pelas emoções, incapaz de agir racionalmente, como alguém que merece a solidão e que não ligará pra isso pois é muito forte e não precisa do mínimo carinho, cuidado ou atenção.
leia também:
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- O Jim Crow – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte II
- Sambo (Coon) – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte III
- Golliwog, pickaninny e golly doll – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte IV
- Tia Jemina (a Mammy) – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte V
- Uncle Tom – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte VI
- The Black Bucks (O Mandingo) – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte VII
- Jezebel: A Mulher Negra Insaciável – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte VIII