Minha mãe, Marielle Franco, e o funk dentro de mim
O destino já estava traçado, em 1998: no famoso e nobre Complexo da Maré, nasceu uma funkeira. Na família referência forte, a mãe, durante o auge das equipes de som que formavam paredes inteiras com alto-falantes poderosos, foi “garota furacão 2000”. E, quando a moda era usar roupa de veludo e as favelas se divertiam e se dividiam entre o lado A e lado B nos famosos bailes de corredor, meu pai estava lá. Essa menina sou eu, Luyara Franco. Hoje com 21 anos, entendo a potência do funk como uma expressão em um quase-grito de urgência para as realidades que vivemos na favela e, exatamente por isso, consigo perceber uma crescente escalada de criminalização desse ritmo que movimenta tanta coisa dentro e fora da favela. O funk se impõe como expressão cultural de resistência a uma sociedade na qual, desde a sua constituição, o atrasado modelo educacional e racismo ...
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