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A Rede Nossa São Paulo lança mais uma edição da série especial Mapa da Desigualdade – Covid-19. Desta vez, com o recorte da relação entre as desigualdades sócio-territoriais e a pandemia. Confira alguns destaques.
A análise dos dados evidencia a desigualdade da mortalidade entre a população negra e a população branca.
Um exemplo é o caso do distrito de Itaim Bibi que, mesmo sendo considerada uma região de menor vulnerabilidade socioeconômica, apresenta uma diferença entre a proporção da população preta e parda que morreu por Covid-19 e da população branca:
Outro exemplo é no distrito de Cambuci, onde a população negra morreu proporcionalmente 1,6 vezes mais por Covid-19, do que a população branca, entre janeiro a julho de 2021.
A desigualdade na distribuição de renda também é um fator evidente na diferença de impacto da pandemia.
Além disso, o peso da desigualdade de renda afeta diretamente as pessoas idosas e consideradas parte de grupos de risco. Apesar das regiões com maior concentração de renda possuírem um perfil etário também mais alto, devido às condições de qualidade de vida e demais variáveis relacionadas à distribuição demográfica, a desigualdade entre o distrito de maior renda média domiciliar e o de menor renda média domiciliar reflete-se no coeficiente de mortalidade também das pessoas mais velhas.
Alto de Pinheiros concentra quase quatro vezes mais renda que Lajeado; enquanto no primeiro a renda média familiar mensal é R$ 10.495,51, no segundo é R$ 2.876,26
O coeficiente de mortalidade de Lajeado é cinco vezes maior que o de Alto de Pinheiros.
Assim como em 2020, os dados continuam apontando as desigualdades estruturais no acesso aos serviços de saúde, apesar de aumento expressivo na distribuição de leitos a cada 100 mil habitantes por subprefeituras.
A distribuição de leitos de UTI a cada 100 mil habitantes aumentou consideravelmente na cidade de São Paulo, saindo de 10,3 para 71,4, um aumento de quase 7 vezes. Porém, esse aumento generalizado em todas as regiões não superou as desigualdades estruturais na oferta de leitos entre as regiões da cidade.
Em 2020, a Subprefeitura de Pinheiros concentrava 65,2 vezes mais leitos a cada 100 mil habitantes que a Subprefeitura de São Miguel. Em 2021, essa desigualdade praticamente se mantém no mesmo patamar, com a Subprefeitura de Pinheiros concentrando 64,5 vezes mais leitos que a subprefeitura de São Miguel.