Afoxé, também chamado de Candomblé de rua, é um cortejo de rua que sai durante o carnaval. Trata-se de uma manifestação afro-brasileira com raízes no povo iorubá, em que seus integrantes são vinculados a um terreiro de candomblé. O termo afoxé provém da língua iorubá. É composto por três termos: a, prefixo nominal; fo, significa dizer, pronunciar; xé, significa realizar-se. Segundo Antonio Risério, afoxé quer dizer o enunciado que faz.
Características
O afoxé tem comportamento específico, seus foliões estão vinculados a diversos terreiros de candomblé. Têm consciência de grupo, de valores e hábitos que os distinguem de qualquer outro bloco. Para quem não conhece o candomblé e suas cantigas, olha como se fosse um bloco carnavalesco diferente, mas é o candomblé de rua, segundo Raul Lody.
As principais características são as roupas, nas cores dos Orixás, as cantigas em língua Iorubá, instrumentos de percussão, atabaques, agogôs, afoxés e xequerês. O ritmo da dança na rua é o mesmo dos terreiros, bem como a melodia entoada. Os cantos são puxados em solo, por alguém de destaque no grupo, e são repetidos por todos, inclusive os instrumentistas. Antes da saída do grupo ocorre o ritual religioso (como a cerimônia do “padê de Exu” feita antes dos ritos aos orixás numa festa de terreiro).
O afoxé Embaixada da África foi a primeira manifestação negra a desfilar pelas ruas da Bahia, em 1885. Em seu primeiro desfile, utilizou indumentária importada da África. No ano seguinte, surgiu o afoxé Pândegos da África.
Ocorrência
Podem ser encontrados no Carnaval da Bahia em Salvador e nas cidades de Fortaleza, Recife, Olinda, Rio de Janeiro, São Paulo e Ribeirão Preto.
Nos anos 1980, havia um grupo em Belo Horizonte, o Afoxé Ilê Odara, fundado por Gilberto Gil e a iyalorixá Oneida Maria da Silva Oliveira, a Mãe Gigi. O afoxé foi extinto e desfilou pela última vez, em Belo Horizonte, no ano de 1988, após a morte de dona Oneida. Desfilavam no grupo mineiro nomes como o cientista político da UFMG Dalmir Francisco, o bailarino Márcio Valeriano e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Maurício Campos, além de personalidades da comunidade negra, como a coreógrafa Marlene Silva, o músico Mamour Bá, a bailarina Rosileide Oliveira e o sambista Raimundo Luiz de Oliveira, o Velho Dico. Em Ribeirão Preto, SP, o Afoxé Ómò Orunmila iniciou nos anos 1990 sua participação no Carnaval de Rua local, sob iniciativa do Centro Cultural Orunmilá que tem na cidade entre outras a função de resistência cultural ante as tentativas de dominação da cultura negra pela cultura ociental e de preservação dos laços negros e afrodescentes do carnaval de rua, seus espetáculos e suas agremiações carnavalescas locais.
Afoxés da Bahia
Filhos de Gandhy
Filhas de Gandhy
Filhas de Olorum
Filhos de Korin Efan
Filhos de Ogum de Ronda
Filhos do Congo
Ilê Oya
Luaê
Olorun Baba Mi
Tenda de Olorum
Afoxé de Alagoas
Afoxé Odô Iyá
Afoxés de Fortaleza
Afoxé filhos de oyá
Afoxé Acabaca
Afoxés de Pernambuco
Afoxé Orá Ode
Afoxé Alafin Oyo
Entidade de Cultura Negra Afoxé Ylê de Egbá
Afoxé Oxum Pandá
Grupo de Cultura Negra Afoxé Timbaganju
Afoxé Obá Ayra
Afoxé Omim Saba
Afoxé Povo de Ogunté
Afoxé Filhos de Xangô
Afoxé Guian Alamoxé Orum
Entidade Sócio Cultural Afro-descendente Nagô Afoxé Oyá Alaxé
Afoxé Axé Ifá
Afoxé Ogum Toberinã
Afoxé Povo de Ogundê
Afoxé Ilê Xambá
Afoxé Filhos de Dandalunda
Afoxé Elegbara
Afoxés do Rio de Janeiro
Afoxé T’Ogum Laxe – Macaé
Criado em Macaé, estado do Rio de Janeiro, no dia 26 de julho de 2004. Tem a proposta de divulgar e promover uma das raízes religiosas, culturais e recreativas da cultura afro-brasileira, através de ritmos e danças. As vestes são abadás e turbantes azul, branco e coral. O ritmos e o ijexá, compassado e envolvente que leva as pessoas, seja de que idade for, a se soltarem e a criarem seus próprios movimentos ao dançar.
Afoxés de São Paulo
Afoxé Iyá Ominibú – São Paulo – SP (Abertura Oficial do Carnaval de São Paulo)
O Afoxé Iyá Ominibú foi fundado em 01/07/1993 e teve seu batizado realizado no dia 11 de setembro de 1.993 por pai Valdemiro de Xangô (Baiano) em sua sede provisória à rua São Conrado, 34 – Imirim. Tem como presidente a Ekéde Regina, fundou o afoxé, sendo assim, a primeira mulher presidente de um afoxé no Brasil. Seu 1o desfile ocorreu no dia 13 de fevereiro de 1.994 Domingo abrindo o desfile do Grupo I da Liga conforme acordo firmado entre a Liga e o Afoxé que deveríamos desfilar por 2 anos no Grupo I, passando então automaticamente para o grupo Especial no 3o ano. Nesse ano de 94, homenageamos a patrona do Afoxé, a orixá Oxum, como manda a tradição em ritmo de ijexá e cantando cantigas de candomblé.
Afoxé Ómò Orunmila – Ribeirão Preto – SP
O Afoxé Omó Orunmilá é o símbolo máximo da resistência negra na região de Ribeirão Preto. Esta luta tem, em Ribeirão Preto, o Centro Cultural Orunmilá como principal espaço de liderança e ação. Uma das atividades desenvolvidas pelo Centro Cultural é o afoxé. O Afoxé Omó Orunmilá contempla em seus quadros vários representantes da comunidade que têm ligação orgânica com a causa da defesa dos negros e desfila – desde 1996 – na abertura do carnaval da cidade. O Afoxé procura destacar a ancestralidade como fonte referencial da luta dos negros contra o preconceito e contra a discriminação. Em suas cantigas, entoadas na língua iorubá, em suas vestimentas e na postura combativa dos seus integrantes o Afoxé Omó Orunmilá resume o embate cotidiano de seus integrantes na busca por uma sociedade igualitária que respeite os negros como dignos co-fundadores da nação brasileira, por meio do reconhecimento dos seus direitos e permita a eles o acesso a espaços igualitários na construção social e economica do Brasil.
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Obtido em “http://pt.wikipedia.org/wiki/Afox%C3%A9_(bloco)“
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Pesquisa de texto e imagens:
Carlos Eugênio Marcondes de Moura
Imagens obtidas em Google Imagens