Rio de Janeiro (RJ), 27/07/2025 – XI Marcha das Mulheres Negras, em Copacabana, mobilização contra o racismo, por justiça e bem viver. - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A chamada Ciência e Tecnologia para Fortalecimento do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) investirá pouco mais de R$ 1 milhão em projetos que se destinem a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos e o enfrentamento ao racismo, fortalecendo a agenda de pesquisa sobre a temática e fortalecendo. As inscrições vão até o dia 27 de outubro.
Terão preferência projetos coordenados por pesquisadores que pertençam a pelo menos um dos seguintes segmentos sociais: população negra; quilombolas; povos e comunidades tradicionais de matriz africana; povos de terreiros e ciganos.
Os recursos vêm do Ministério da Igualdade Racial (MIR). O valor máximo para os projetos será de R$ 100 mil, sendo R$ 80 mil em bolsas e R$ 20 mil em despesas de custeio.
A chamada especifica oito linhas de pesquisa, a saber:
1. Estudos e pesquisas para fortalecimento de órgãos gestores e conselhos de promoção da igualdade racial do Sinapir;
2. Avaliação e estudos de programas governamentais promovidos por entes vinculados ao Sinapir;
3. Estudos comparativos e possibilidades de cooperação entre sistemas interfederativos de políticas públicas e o Sinapir;
4. Análise sobre a transversalidade da questão racial nas políticas setoriais brasileiras;
5. Objetivo do Desenvolvimento Sustentável de Igualdade Étnico-Racial (ODS18);
6. Análise e sistematização de metodologias de pesquisa de opinião sobre racismo;
7. Diagnóstico e estratégias para a reconstrução do Rio Grande do Sul: pesquisa com povos e comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiros e/ou povos ciganos;
8. Observatório de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial.
O responsável pela apresentação da proposta deverá ter currículo Lattes atualizado e possuir, no mínimo, o título de Mestre, além de estar formalmente vinculado à instituição de execução do projeto – que deve ser uma Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT), empresa pública ou organização da sociedade civil sem fins lucrativos cadastrada no Diretório de Instituições do CNPq.
A equipe executora do projeto deverá ser composta por grupos sub-representados no campo científico. Caso a equipe seja composta por duas ou mais pessoas, é exigida uma composição de maioria autodeclarada negra, ou seja, pelo menos 50% dos membros da equipe devem ser autodeclarados negros. Para equipes compostas por três ou mais pessoas, exige-se também que ao menos 30% dos membros sejam do sexo feminino.
A avaliação das propostas levará em consideração, ainda, a presença de integrantes quilombolas, de povos e comunidades tradicionais de matriz africana, povos de terreiro, ciganos, e indígenas, além de pessoas com deficiência e da comunidade LGBTQIA+.