O problema não se limita ao Corinthians. O Campeonato Brasileiro da Série A de 2016 se iniciou com apenas dois treinadores negros entre as 20 equipes do torneio: Roger Machado e Givanildo. Este último já foi demitido do América-MG. Apenas o técnico do Grêmio, portanto, se mantém como comandante negro de uma equipe de elite do futebol nacional. A partir deste domingo, ganha a companhia de Cristóvão Borges, que será apresentado pelo Timão nesta segunda-feira.
“No Brasil temos o racismo institucional. Temos negros trabalhando na parte de baixo da pirâmide. Mas poucos chegam à parte de cima, aos cargos de chefia. O futebol reflete isso, temos poucos negros como treinadores, dirigentes, conselheiros e presidentes. É bem esse o reflexo da situação social no futebol”, comenta Carvalho.
Em outros lugares do mundo, a temática também é debatida. Na Europa, um levantamento de 2014 apontou apenas dois negros como técnicos entre os 92 clubes das quatro principais divisões de futebol da Inglaterra. A Associação dos Jogadores Profissionais do país passou a cogitar a criação de uma espécie de sistema de cotas na contratação de treinadores.
Tal cenário não é utópico. Inclusive existe em uma das maiores ligas esportivas do mundo: a NFL, nos Estados Unidos. A liga profissional de futebol americano, por meio da “Regra Rooney” possibilita a minorias étnicas a representação no processo de entrevista para a posição de treinador de uma equipe.
“É algo que precisa ser debatido. Não é falta de capacidade das pessoas. Será que não existe mesmo uma porta fechada?”, finaliza Carvalho.
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