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Cringe, fake news na pandemia, cloroquina, terraplanismo, refugiados e o discurso do ator Joaquin Phoenix, intérprete do personagem Coringa, são alguns dos assuntos citados pelos candidatos na primeira fase do Vestibular 2022 da Unicamp, realizado neste domingo para 63,2 mil inscritos. Veja lista com alguns dos assuntos abaixo.
“A prova procurou contemplar temas da atualidade e assuntos clássicos do ensino médio, permitindo uma aproximação entre o universo de informações dos candidatos e aquilo que se exige como uma boa formação escolar para acessar o ensino superior”, afirmou o diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto.
O g1 conversou com estudantes no início da saída do exame. Eles destacaram que foi uma prova contemporânea, mas sem “pegadinhas”.
“A Unicamp tem costume de ser bem mãe. Parece que, por conta da pandemia, não estava tão difícil”, afirmou Julia de Souza Araújo, moradora de Paulínia de 21 anos, que se sentiu acolhida como estudante.
Anna Cláudia Sales Varani, candidata ao curso de dança, já é formada em pedagogia pela Unicamp. Segundo ela, quem estava antenado nas notícias, conseguiu ir bem nos conteúdos de atualidades.
“Estava difícil, mas achei legal a atualidade dos temas. Covid-19, vacina, zoonoses, dinâmica de contaminação, comunidade LGBT, territórios quilombolas. Está conectado com o que a gente tem visto de discussões do contemporâneo, da geopolítica. Se a gente está sempre se informando, lendo, vendo as notícias, é uma coisa que dá bem pra relacionar com o cotidiano”, explicou.
“Considero que a prova teve o nível de dificuldade do ano anterior. Adequações foram feitas para contemplar o contexto escolar da pandemia e, por isso, a ênfase na contextualização, leitura e interpretação”, explicou o diretor da Comvest, a comissão para vestibulares da Unicamp.
Os candidatos puderam sair do exame após duas horas de prova, portanto às 15h. Vinicius Damião Silveira, de 18 anos, destacou a prova de matemática com questão sobre a taxa de imunização contra a Covid-19. Ele tenta vaga em desenvolvimento e análise de sistemas.
“Era uma porcentagem que você tinha que fazer. Tinha que calcular quantas pessoas tinham que estar vacinadas para o país considerar que a situação da pandemia estava controlada”, lembrou.
O estudante também destacou o discurso de Joaquin Phoenix, o “Coringa”, no Oscar na parte de interpretação de texto, e a tradução do termo “cringe” na parte de inglês da prova.
Rodrigo Baraldi, 18 anos, mora em Amparo (SP) e destacou o conteúdo sobre as comunidades LGBT, um grande número de questões a respeito da Covid-19. “Espécies que contém traços do vírus, como morcego”.
Na busca por uma vaga em ciências biológicas, Isabela Viamonte, de 20 anos, prestou o vestibular da Unicamp em 2019 e pontou como diferença nesta segunda tentativa o foco da prova. Disse que a pandemia do coronavírus norteou muitas das disciplinas.
“Tanto dentro de biológicas, em português a fake news – sobre o termômetro afetar uma glândula cerebral -, em matemática sobrea porcentagem de população com vacinação”.
Giovanna de Freitas é da comunidade LGBT e busca uma cadeira nos cursos de história e ciências sociais. Ela disse que se sentiu representada com a abordagem sensível do tema que é parte do seu cotidiano na prova da Unicamp.
“Acho incrível poder ter essa representatividade numa prova que abrange tantos temas diversos, sabe. É quase como se a gente estivesse sendo visto num âmbito nacional. Me senti muito bem vendo uma questão onde eu poderia me identificar e falar por experiência, histórias que eu já sabia por participar da comunidade LGBT.”