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Desigualdade de renda e taxa de desocupação caem no Brasil, diz relatório

A desigualdade de renda sofreu uma queda no Brasil de 2023 para 2024, segundo o relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades, publicado nesta quarta-feira.

O que aconteceu

Em 2024, o rendimento médio do 1% mais rico do país foi 30,5 vezes superior ao rendimento médio dos 50% mais pobres, apresentando redução em comparação com o ano anterior (32,9 vezes). A maior disparidade foi registrada na região Nordeste (32 vezes), enquanto a menor ocorreu no Sul (23,3 vezes).

Embora esse percentual tenha diminuído em relação a 2023, as mudanças são residuais. Assim, em todas as regiões do país, o rendimento médio dos 1% mais ricos é ao menos 20 vezes maior do que o rendimento de metade da população brasileiraTrecho do relatório

A região Sul, porém, foi a única que registrou aumento na concentração de renda de um ano para outro (veja abaixo): 22,4% em 2023 para 23,3% em 2024. Já no Nordeste, a porcentagem passou de 33,6% em 2023 e foi para 32% no ano passado.

Imagem: Reprodução/Relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades

A proporção de pobres reduziu em 23,4% em 2024. Para o cálculo deste indicador foi considerado o critério de população pobre ou vulnerável à pobreza utilizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social na concessão dos benefícios do Bolsa Família. Neste programa, são considerados pobres ou vulneráveis à pobreza os indivíduos residentes em domicílios cuja renda familiar per capita é de até R$218 nominais mensais.

Embora a proporção de pobres tenha reduzido em todas as regiões, o Nordeste ainda desponta como a região de maior prevalência de pobreza (6,6%), enquanto a de menor prevalência é a Sul, com 1,5%. “Além disso, houve queda na proporção de pobres em todos os grupamentos populacionais, embora esta questão econômica e social continue atingindo sobretudo as mulheres e os homens negros”, complementa o relatório.

Taxa de desocupação também cai

A taxa de desocupação atingiu 6,6% da força de trabalho do país, uma redução de -1,2% em relação a 2023. A queda na taxa de desocupação foi maior para as mulheres, que saiu de 9,5% em 2023 para 8,1% em 2024, e para a população negra, de 9,1% em 2023 para 7,6% em 2024.

Embora os resultados tenham sido positivos, as taxas de desocupação das mulheres e da população negra ainda são mais altas em relação aos homens e à população não negra. A desigualdade se aprofunda quando os níveis de desocupação das mulheres negras (9,6%) são comparados com a desocupação dos homens não negros (4,6%).

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