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Gafe de Romney é alvo de críticas do presidente Obama

“Quem quiser ser presidente tem que trabalhar para todos, e não apenas para alguns”. A afirmação é do presidente dos EUA, Barack Obama, ao programa Late Show, com David Letterman. A declaração mostra o caminho das críticas que Obama pretende disparar, nos próximos dias, decisivos para a sua reeleição, contra as imagens divulgadas pela revista “Mother Jones”, nas quais o ex-governador de Massachusetts taxa a quase maioria dos eleitores norte-americanos de “vítimas”, que não assumem a responsabilidade por suas vidas e acreditam que o Estado deva cuidar deles. Durante a gravação, Obama criticou seu adversário por “apagar uma grande fatia do país”.

– Uma das coisas que eu aprendi como presidente é que você tem representar o país inteiro. Minha expectativa é que se você quiser ser presidente, você tem que trabalhar para todos, não apenas para alguns – disse Obama ao público.
Obama acredita que Romney deveria pedir desculpas pelas declarações, e evocou um caso da sua própria campanha de 2008, quando ele disse que o eleitorado branco rural só ligava para armas e religião.

– Quando você concorre a presidente, fica sob um microscópio o tempo todo. Todos nós cometemos erros. Naquele incidente de 2008, eu imediatamente disse: ‘Lamento isso’. O que acho que as pessoas querem é a certeza de que você não está apagando uma grande fatia do paí – afirmou.

Mais cedo, a equipe de campanha do democrata foi às ruas com um Ipad e usou a opinião de transeuntes sobre a polêmica declaração do ex-governador de Massachusetts. O resultado foi um vídeo publicado no YouTube, recheado de críticas ao conservador. Nas imagens, uma mulher diz que “se sentiu enjoada” com a posição do candidato e que o fato de Romney ter feito a declaração em um evento privado mostra “o que ele realmente pensa”. Outra entrevistada afirma que tal opinião manda uma mensagem ruim e que “não quer uma pessoa assim” a representando.

Na noite de segunda-feira, Romney convocou uma coletiva às pressas para tentar conter as críticas ao vídeo. Mesmo sem oferecer um pedido de desculpas, disse que seus comentários sobre os eleitores de Obama, chamados de vítimas, foram colocados de maneira deselegante. A gravação foi feita em maio, na Flórida, durante um evento de arrecadação a portas fechadas. Ela se soma a uma série de outras gafes do candidato presidencial nos últimos meses, e gera dúvidas sobre sua capacidade de reverter a vantagem do democrata Obama nas pesquisas.

Republicanos divididos
Nesta terça-feira, um dia depois da divulgação das imagens, os republicanos se dividiram em relação a polêmico discurso. Alguns foram rápidos em tentar se distanciar de seus comentários, como a candidata republicana para o Senado em Connecticut, Linda McMahon. O milionário Donald Trump, no entanto, saiu em defesa do candidato.

Para Erick Erickson, do portal RedState.com, a maioria dos americanos pensa como Romney e o partido não deve se esquivar deste debate, ao contrário, deve incluí-lo em sua agenda de campanha, escreveu no site RedState.com. E, Ed Morrissey, do site HotAir.com, criticou as análises imediatas que argumentam que o vídeo significa o fim da campanha republicana depois de uma semana complicada para o partido.

Mas, para a maioria dos analistas, o vídeo pode prejudicar a já problemática campanha republicana, mas seria precipitado dar as eleições como vencidas pelo presidente Barack Obama. A sete semanas da votação, pesquisas mostram Romney enfraquecido diante de Obama em alguns estados-chave. Segundo Chris Cillizza, do “Washington Post”, eventos recentes – como os comentários do republicano sobre a morte do embaixador Chris Stevens na Líbia – reforçaram a imagem de um candidato despreparado e de uma campanha desorganizada. Uma das maiores desvantagens de Romney na disputa com Obama é a percepção da maioria do eleitorado de que ele está desconectado das necessidades e interesses do americano médio.

 

 

 

Fonte: Correio do Brasil

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