Foto: Pablo Jacob - O Globo -
Nesta quarta-feira (31), o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça (Caop) de Proteção aos Direitos Humanos do Ministério Público promoverá uma discussão sobre intolerância religiosa. São esperadas lideranças religiosas, além de educadores e representantes da sociedade civil organizada e de órgãos públicos.
Do Massa News
O evento será das 13h30 às 18h no auditório da Fempar (Rua XV de Novembro, 964, 5º andar). Os interessados em participar devem confirmar presença pelo email constitucional@mppr.mp.br ou pelo telefone 3250-4916.
Segundo o Relatório da ONU sobre Intolerância Religiosa, mais da metade dos templos que sofrem ataques de intolerância religiosa são os das religiões de matriz africana. O fato torna esse tipo de abuso uma das manifestações mais evidentes do preconceito, afirma o assessor da Prefeitura para Promoção da Igualdade Racial, Adegmar Silva Candiero. “No Brasil Colônia e no Brasil Império, os batuques eram proibidos por lei, inclusive em Curitiba. Apenas a partir de 1889, com o advento da República, houve a separação entre o Estado e a religião”, disse ele.
“É graças à laicidade que todas as denominações religiosas passam a ter igual proteção estatal, daí a importância de discutirmos formas de proteção contra a crescente onda de intolerância que ameaça a pluralidade religiosa”, afirmou Candiero.
Os adeptos das religiões de matriz africana, em especial umbandistas e candomblecistas, são os que mais sofrem com este tipo de violência, de acordo com o Candiero, mas não são os únicos. “Os ataques contra muçulmanos também estão crescendo”, alertou.
Candiero ressalta que no dia 21 de janeiro se celebra o Dia do Combate à Intolerância Religiosa. “A data rememora o falecimento da Iyalorixá Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum, da Bahia, vítima de intolerância”, explica.
O caso resultou em condenação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade.