Em uma passagem do livro, você fala sobre o termo “world music” e cita Paul Simon como um exemplo de artista que age como explorador português. Como você enxerga essa busca pela cultura do outro, como feito por Simon, David Byrne e outros? Há lados positivos e negativos. A gente tende a celebrar quando um nova-iorquino vai para a África e descobre a música do Mali e do Congo. Porém, quando o maliano e o congolês fazem isso, não. No entanto, sei que muita gente começou a ouvir o grupo sul-africano Ladysmith Black Mambazo através do disco Graceland (do Paul Simon). Eu adoraria que eles tivessem conquistado a fama por conta própria. Mas eles chegaram, e é isso que importa.
Em seu livro, uma passagem diz: “Todos nós temos algo de valor para partilhar ao mundo”. O que você deseja partilhar? Eu adoraria que as histórias que eu conto sirvam de convite. Ou seja, para fazer alguém ir mais além. E que esse mais além seja pegar um avião e ir ouvir kuduro em Luanda (capital de Angola).
Como se sente por ter sido convidado para a Flip? É uma honra imensa. Eu sou novo no mundo da literatura, então receber esse convite é uma coisa incrível.