O ranking avaliou 129 países com notas de 0 a 100, atribuídas de acordo com o avanço em cada um dos fatores cobrados. Países com mais de 90 pontos estariam fazendo progressos “excelentes”, e aqueles abaixo de 50, avanços “insuficientes”.
A média global dos participantes foi 65,7 pontos, considerada “fraca” em comparação às expectativas, afirmou a nota do Medidas Igualitárias 2030.
Nenhuma nação alcançou 90 pontos ou mais. O top 10 do ranking é formado por Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega, Holanda, Eslovênia, Alemanha, Canadá, Irlanda e Austrália.
O relatório atribui os desempenhos acima da média destes países aos serviços públicos de qualidade e à seguridade social. Apenas 21 dos avaliados alcançaram marcas acima de 80, incluindo o Japão e o Reino Unido, não escapando de críticas das entidades envolvidas.
“Está claro que até mesmo os países mais igualitários em gênero devem melhorar em relação a problemas como o orçamento para os gêneros nos serviços públicos, a representatividade igualitária em cargos de poder, a diferença salarial entre sexos e a violência impulsionada pelo gênero”, opinou Holder.
Os Estados Unidos foram avaliados com 77,6 pontos, uma nota reduzida por sua má gestão de problemas como a pobreza e a participação econômica feminina, justificou o relatório. No ranking, estão em 28º lugar.
Guerra e desigualdade
Ainda segundo o estudo, a fragilidade dos Estados e os conflitos estão por trás da performance dos últimos colocados: Chade, República Democrática do Congo, Iêmen, Níger e Mauritânia. Para remediar a situação, o documento pede ajuda à comunidade internacional para investir nesses países e apoiá-los.
Regionalmente, a Europa e a América do Norte lideraram o ranking, enquanto a parte final do ranking é dominada por nações africanas.
Apesar disso, a avaliação também identificou países com menos recursos, porém com mais habilidade para atacar sua desigualdade de gênero do que economias desenvolvidas. O Senegal, por exemplo, tem mais mulheres no Parlamento (42%) do que a Dinamarca, com 37%, apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) do país escandinavo ser “56 vezes maior”, destacou o documento.
Em outro caso, o Quênia tem uma taxa de mulheres acessando bancos digitais mais alta que em três quartos dos países avaliados. Já a Colômbia oferece uma assistência social aos mais pobres melhor do que a dos Estados Unidos.
Para que as nações melhor avaliadas cumpram seu “quilômetro final” na corrida pela igualdade, o projeto Medidas Igualitárias alerta para a necessidade de uma análise multifacetada dos gêneros, planejando políticas que “foquem nos grupos de meninas e mulheres que possam ser invisíveis em suas sociedades e que estão sob o risco de serem deixadas para trás por fatores como raça, religião e orientação sexual.”