Foto: Marlene Bergamo
O Distrito Federal registrou 11 casos de feminicídio em 2025. Somente nas últimas 24 horas, duas mulheres foram mortas, uma em Samambaia e outra em Ceilândia (saiba mais abaixo).
Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) — que contabiliza os crimes que ocorreram até 13 de maio — mostram que:
Para a defensora pública Rafaela Ribeiro Mitre, chefe do Núcleo de Assistência Jurídica de Promoção e Defesa das Mulheres da Defensoria Pública do DF (DPDF), embora o feminicídio possa atingir mulheres de diferentes perfis, há um padrão comum: histórico de violência contínua, dependência emocional ou financeira e ausência de apoio.
“Os agressores costumam apresentar comportamento controlador, possessivo, histórico de violência doméstica anterior ou ciúmes excessivos. Além disso, as vítimas de feminicídio, em sua maioria, são mulheres negras e de baixa renda”, diz a defensora.
Rafaela Ribeiro Mitre reforça que, ao perceber os primeiros sinais de abuso, como controle excessivo, ameaças ou agressões verbais e físicas, a mulher deve buscar ajuda imediatamente (veja detalhes mais abaixo, em “onde denunciar?”).
“Você não está sozinha. Você não é culpada pela violência que sofreu. Denunciar é um ato de coragem. A Defensoria está pronta para te acolher, proteger e ajudar a reconstruir sua vida com respeito e responsabilidade. A sua vida importa”, diz.
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a morte de uma mulher encontrada perto de um córrego no Setor de Mansões Park Way, em Brasília, no dia 9 de abril. A vítima estava com um fio amarrado no pescoço.
Dois casos foram descartados pela Polícia como feminicídio. O primeiro foi a morte de Gilvana de Sousa, de 46 anos, encontrada em uma região de mata entre Taguatinga e Samambaia.
No inicio da investigação, a suspeita era que ela teria sido atingida por uma pedra, ou agredida com pauladas, durante a madrugada. No entanto, segundo a Polícia Civil, a investigação apontou para “eventual morte natural, não subsistindo, até o momento, indícios de morte violenta, muito menos feminicídio”.
O assassinato de Rosimeire Gomes Tavares, de 51 anos, também começou a ser investigado como feminicídio, mas teve a tipificação alterada para homicídio. De acordo com as investigações, o crime foi motivado por constantes brigas entre dois suspeitos e a vítima, que eram vizinhos na Cidade Ocidental, em Goiás.
Na manhã desta segunda-feira (19), uma mulher de 33 anos foi morta a facadas pelo ex-companheiro, em Ceilândia. O casal ficou junto por 15 anos e teve três filhos, que estavam em casa no momento do crime.
Segundo a polícia, o homem, de 34 anos, se entregou na 23ª Delegacia de Polícia e disse que agiu por ciúmes, ao ver a ex com outro homem. Eles estavam separados há cerca de um mês.Na noite de domingo (18), Vanessa da Conceição Gomes, de 32 anos, foi assassinada a facadas pelo companheiro, em Samambaia.
Ela tinha sete filhos, sendo o mais novo um bebê de apenas um mês. O suspeito, Silvoneide Carvalho de Tôrres, de 42 anos, foi preso na madrugada de segunda-feira (19), no Lago Norte.