Levantamento do IBGE mostra razões pelas quais jovens param de estudar.
Do G1
De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24,8 milhões de brasileiros de 14 a 29 anos, em 2016, não frequentavam escola, cursos técnicos ou de qualificação profissional, aulas preparatórias para o vestibular e, no caso dos mais velhos, universidade. O levantamento foi feito por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).
Para 26,1% das mulheres nessa situação, o principal motivo que as afastou dos estudos foi a necessidade de cuidar de afazeres domésticos ou de uma criança, idoso ou pessoa com deficiência. Entre os homens, essa parcela é 32 vezes menor: apenas 0,8% deles deixaram de frequentar instituições de ensino por causa da casa ou da família.
No Norte e Nordeste, a parcela de mulheres que apontam as tarefas domésticas como motivo principal para interrupção dos estudos é ainda maior que a média nacional: 29,9% e 36,4%, respectivamente. Foram as únicas regiões do Brasil em que essa razão foi mais mencionada que argumentos relacionados ao trabalho.
Veja, a seguir, os principais motivos mencionados por homens e mulheres para justificarem o fato de não estarem estudando:
NÃO FREQUENTA A ESCOLA OU CURSO SUPERIOR, PRINCIPALMENTE PORQUE:
HOMENS
MULHERES
Considerando o critério de formação escolar, independentemente do sexo, percebe-se que as pessoas que estudaram menos têm uma tendência maior a abandonar as instituições de ensino para se dedicar à casa e à família.
Entre as que não concluíram o ensino fundamental, o índice foi de 17,2%. Já entre as que concluíram o ensino médio, de 9%.
A falta de interesse em prosseguir estudando é maior quando a pessoa tem um grau de formação menor. Entre aquelas que completaram o ensino médio ou que interromperam a graduação, o desinteresse é apontado como razão para o abandono das instituições de ensino por 12,4%. Já no grupo das que não terminaram o ensino fundamental, o desânimo para estudar é mencionado por 31,9% delas.