O deputado federal João Campos (PSDB-GO) participou de encontro com o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, nesta terça (13), junto com outros parlamentares e lideranças cristãs para reiterar a posição contrária à legalização do aborto no Brasil e refutar a decisão do governo Federal de retificar a MP 557/2011, que estabelece o sistema Nacional de Cadastro de Gestantes, dela retirando o direito a benefícios que seriam garantidos às gestantes e aos nascituros.
Os parlamentares manifestaram apoio ao Programa Rede Cegonha desenvolvido pelo Ministério da Saúde e entregaram um documento (carta) ao ministro, reiterando a posição de todos eles dentro do congresso nalcional.
Deputado João Campos ao lado do ministro Alexandre Padilha
Parlamentares e lideranças cristãs lotaram a sala do ministro Padilha
Abaixo, na íntegra, o documento:
Excelentíssimo Senhor Ministro da Saúde,
A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Vida e Contra o Aborto, a Frente Parlamentar Evangélica, o Grupo de Mulheres Parlamentares do Congresso Nacional em Defesa da Vida, o Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida – Brasil Sem Aborto, a Associação Nacional Pró-Vida Pró-Família, a Associação dos Parlamentares Evangélicos do Brasil (APEB), o Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (FENASP), a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (CONSEPAB), o Movimento ATINI – Voz pela Vida, a Federação Nacional das Igrejas Cristãs (FENAIC), o Conselho de Pastores do Distrito Federal (COPEV), a Rede Nacional Pró-Vida e outras instituições que militam em defesa da vida, reunidos nesta cidade de Brasília, na data de 13 de março de 2012, firmam o presente documento dirigido à Sua Excelência Dr. Alexandre Padilha, Ministro de Estado da Saúde com o objetivo de: :
REITERAR nossa posição contrária à legalização do aborto no Brasil, conforme considerações a seguir expostas;
REFUTAR a decisão do Governo Federal de retificar a Medida Provisória 557/2011, que estabelece o Sistema Nacional de Cadastro de Gestantes, dela retirando direitos e benefícios que seriam garantidos às gestantes e aos nascituros;
MANIFESTAR nossos elogios ao Programa Rede Cegonha desenvolvido pelo Mistério da Saúde.
Nossa Posição em Defesa da Vida
Considerando:
Da Medida Provisória 557/2011
Infelizmente, por força e pressão de movimentos feministas e pró aborto, a Medida Provisória foi retificada na data de 27 de janeiro de 2012, sendo retirado o artigo 16, que garantia a proteção ao nascituro, o que mutila esta Medida Provisória na sua relação com a Normativa Geral do Sistema Único de Saúde – SUS.
É com estranheza que constatamos que o Governo Federal, sem antes ouvir a sociedade e o Congresso Nacional, cedeu à pressão de grupos que defendem a descriminalização do aborto, retificando o texto original da referida Medida Provisória, que somente confirmava a proteção ao nascituro, já prevista no artigo 2º do Código Civil.
Mediante este fato, os que subscrevem este documento REFUTAM a decisão tomada pelo Governo Federal e esperam que o Congresso Nacional restabeleça o que dela foi retirado.
Do Programa Rede Cegonha e do Cadastro Nacional de Gestantes
Entendemos que os fundamentos do Estado Democrático de Direito são, entre outros, a soberania, a cidadania a dignidade da pessoa humana, conforme preceitua o artigo 1° de nossa Constituição Federal. Assim concebemos que as políticas de Governo não podem e não devem violar o direito à vida, à dignidade humana ou promover e incentivar a discriminação e o preconceito (Art. 5. caput, art. 1º, III e art. 3º, IV da Constituição Federal) como se propõe por meio do aborto ao determinar que os “indesejáveis” sejam eliminados.
No entanto, foi com surpresa que tomamos conhecimento por meio da imprensa de que a nova Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres esteve em Genebra/Suíça, apresentou a posição de governo sobre o aborto na Organização das Nações Unidas – ONU – e que, em documento preparatório para o encontro, já enviado por sua antecessora, a então Ministra Iriny Lopes, o governo admite ser contra projetos como o Estatuto do Nascituro, e outros três projetos análogos, que visam proteger a criança gerada e inibir o aborto. E ainda que monitora o trâmite do Estatuto do Nascituro e trabalha para que o projeto não chegue ao Plenário da Câmara e que barrar a aprovação do Estatuto do Nascituro é um desafio, dada a tendência mais conservadora da atual formação do Congresso Nacional.
O conforto e a esperança das Frentes Parlamentares e dos Movimentos Pró-Vidas e que assinam o presente documento é que a não defesa dos nascituros não é posição de todo o Governo Federal, em especial deste Ministério da Saúde que ousa em desenvolver políticas públicas voltadas à proteção das gestantes e do nascituro, quer nas cidades, no campo ou nas aldeias.
Assim, as entidades e as Frentes Parlamentares que subscrevem este documento MANIFESTAM elogios e apoio aos Programas Rede Cegonha, Rede Cegonha Indígena e ao Cadastro Nacional de Gestantes reconhecendo ser eles uma das mais eficientes políticas públicas de proteção à mulher e ao bebê no mundo.
Por fim, as entidades e as Frentes Parlamentares que subscrevem este documento se colocam à disposição para juntos, com o Ministério da Saúde e o Governo Federal, construir um país sem mortalidade materna, sem mortalidade infantil, onde todos tenham direito à vida e à saúde, pois esta é a vontade do povo brasileiro.
Brasília, 13 de março de 2012
Fonte: Dep. João Candido