Imagem: Geledés
Um pintor de 48 anos foi preso e autuado por injúria racial neste domingo (28) após ofender os vizinhos com xingamentos e palavras racistas em Marcílio de Noronha, Viana, na Região Metropolitana da Grande Vitória.
O caso teve início na manhã de domingo. Moradores da Rua Colatina registraram em vídeos algumas das ofensas feitas por Antônio Carlos Vieira de Araújo.
Nos registros, o homem não aparece, pois está dentro de casa. Mas, é possível ouvir o homem dizendo “velho, preto, burro”. Em outro momento, ele diz: “aleijado sem vergonha. Vai cuidar da sua nega, safado”.
Uma dona de casa, que prefere não se identificar, afirma que as ofensas são constantes e que a comunidade já não aguenta mais conviver com o criminoso.
“Começa 8h30 e vai até 16h e bem alto gritando na rua: nega, sua macaca, sua nojenta. Essas palavras que ofendem muito”, lamenta ela.
A Polícia Militar foi acionada e o pintor foi levado para a Delegacia. Segundo os vizinhos, durante as agressões verbais, o homem não parecia se preocupar em ser punido.
“Pode ir gravando. Me processa que eu vou falar na frente do juiz”, disse ele nas filmagens.
Ainda segundo a dona de casa, esta não é a primeira vez que moradores chamam a PM para conter o agressor. Afirmam que até medida protetiva eles já têm contra o vizinho.
“Entregamos medida protetiva e não acontece nada. Não acontece nada. E ele fica sendo o dono da rua, sempre acusando, praticando os mesmos atos e a gente fica atuado”, diz a mulher.
Na Delegacia Regional de Cariacica, o pintor Antônio conversou com a reportagem e disse que estava em casa tomando cerveja e conversando. Ele não disse com quem falava e também não explicou quem era a pessoa que ele se referia.
Além dos três moradores que foram à delegacia, vários outros da rua reclamam do vizinho. Eles, que não quiseram se identificar, afirmam que quase todo o fim de semana ouvem gritaria e xingamentos por parte do pintor.
Os militares que atenderam à ocorrência falaram que Antônio já esteve envolvido em outras ocorrências semelhantes. Os moradores da rua querem uma providência. Contam que já fizeram até abaixo assinado para que o pintor não more mais aqui.
“O que a gente quer é respeito, que ele não mexa com ninguém. Ele ficar no cantinho dele e nós ficarmos no nosso cantinho, tendo nossa liberdade.
O homem foi autuado por injúria racial e, como não pagou a fiança de R$ 1 mil estipulada pelo delegado de plantão, foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana.
Após audiência de custódia, realizada na manhã desta segunda-feira (29), a juíza Raquel de Almeida Valinho substituiu a prisão preventiva de Antonio Carlos pelas seguintes medidas cautelares:
Ele foi liberado sem necessidade de pagamento de fiança e, caso descumpra alguma das condições impostas na decisão, ele poderá ter decretada sua prisão preventiva.