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Problemas na gravidez matam uma mulher a cada dois dias no Rio, diz estudo

Por: Robson Fernanjes

Índice faz parte do relatório anual de morte materna no Estado

 

 

O Estado do Rio de Janeiro registrou 198 mortes de mulheres durante a gravidez no ano de 2009 -o que representa uma morte a cada quase dois dias. O índice do Comitê Estadual de Prevenção e Controle da Mortalidade Materna foi apresentado na última segunda-feira (30) à Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Segundo a presidente da comissão, a deputada Inês Pandeló (PT), o número é maior do que do último estudo realizado. No ano de 2008 foram registradas 159, enquanto em 2009 foram 198. Para deputada existem algumas explicações para esse aumento.

– Uma explicação é a epidemia de H1N1 [nome do vírus da gripe suína]. Outra é que houve uma mudança no método de investigação das mortes. Pela primeira vez está sendo investigadas as causas indiretas que provocam a morte de grávidas. O estudo foi feito levando em conta 42 dias antes e depois da gravidez.

As maiores causas de mortes em mulheres grávidas são hemorragia, pressão alta e abortos. Pela primeira vez o estudo apontou a hemorragia como principal causa das mortes, nas pesquisas anteriores a pressão alta era a principal vilã das grávidas.

– A falta de qualidade no pré-natal é um problema. Ele acontece, mas falha em muitas vezes. Problemas como pressão alta poderiam ser diagnosticados e medicados. Segundo a ONU [União das Nações Unidas], 98% das mortes das gestantes poderiam ser evitadas.

O estudo mostra que as principais vítimas durante a gravidez são mulheres negras, que já tem maior propensão a pressão alta, e as mães com menor grau de escolaridade.

– A pouca escolaridade dificulta o entendimento da importância dos procedimentos médicos que devem ser realizados durante o pré-natal.

A deputada alerta ainda que o Estado tem uma grande dificuldade de atender os casos de baixo risco.

– A mulher quando realiza o pré-natal não sabe em qual hospital vai ter o filho, não são raras as histórias de mães que dão à luz no meio da rua ou em táxis. A falta de maternidades torna um caso simples em alto risco.

Outro problema segundo a deputada é o alto índice de cesariana realizados, não só no Estado, mas em todo o Brasil.

– A cesariana foi vendida, através de propagandas, como o método mais moderno. Mas na verdade ela foi criada para ajudar quem está com problema. Soluções seriam mais casas de partos, como a que temos em Realengo. Ela é a única no Estado, precisamos de mais iniciativas desse tipo.

 

Fonte: R7

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