Na ultima semana nos deparamos com a mais nova celeuma (racista) da internet: Uma professora renomada que escreve suas impressões sobre alunos negros cotistas.
Por Viviana Santiago no Palavra de Preta
Ao mencionar sua primeira visão de sala de aula menciona que vê ali presentes alunos e negros e em seguida num emocionado relato menciona que o aluno negro ali nem sequer sabia segurar um lápis, e na culminância da sua narrativa, o aluno negro lhe pede ajuda para superar a situação vivida.
Foto: Divulgação
Diante de tudo isso, eu faço uma pergunta sincera: Quando você lê essas informações você ao lembra de todas aquelas histórias de pobres pessoas negras, que não tem nada senão uma pessoa branca disposta a lhes ajudar e assim conseguir avançar um tiquinho na realização de seus sonhos?
Esses tipos de história, têm uma coisa e comum: São histórias racistas. E como reconhecemos o racismo presente nessas histórias
E mais uma vez diante de histórias racistas vivemos o desonesto movimento de uma sociedade racista que se recusa a se ver no espelho e decide inverter os papéis da história: diante das criticas que recebe de pessoas negras, reclama para si o lugar e vitima, acusa o povo negro de perseguição e ressuscita o mito do racismo reverso.
Diante desse cenário cansativo, seguem aqui algumas dicas para essaS pessoa que não- viu-nada-demais nessa história possa identificar o racismo e usar sua voz para enfrenta-lo ao invés de tentar arranjar sentido em coisas injustificáveis.
Tem mais coisas nessa história, mas a maior lição que vejo é essa: a persistente resistência em se reconhecer o racismo. A população negra brasileira enfrenta profundas violações de direito, um eficiente sistema que barra seu acessoa s melhores oportunidades, um epistemicídio que apaga sua contribuição passada e presente À história e ainda assim o racismo não está na agenda do dia nem do governo nem da maioria dos movimentos sociais.
Analisar esse caso nos traz é um exercício dos mais cansativos, acima tem algumas pequenas possibilidades interpretativas, tem outros elementos nessa história e em seu desenrolar que podem ser destacados, mas fiquemos com isso: Racismo não é mal entendido, não é brincadeira e nem é “boa intenção” e somente quando ele é reconhecido e nomeado ele pode ser enfrentado. Enfrente!